Prendas só para as crianças
Este Natal, tomámos uma decisão: só as crianças terão direito a prendas. Neste momento, já temos quatro crianças na noite de consoada, por isso a animação está garantida. Chegámos à conclusão que a comida, o convívio, a música e o sorriso das crianças seriam suficientes para nos alegrar neste Natal.
A verdade é que acabávamos sempre por comprar "presentes simbólicos" para os adultos e gastando dinheiro desnecessário- verba que poderia ser aplicada noutras coisas, como uma mesa de Natal mais farta. ou até mesmo gestos de solidariedade (vou falar disso no próximo post...)
Havia, para além disso, uma coisa que me incomodava bastante: não vos consigo explicar porquê mas não conseguia evitar uma certo vazio no momento em que, como animais selvagens, nos punhamos desenfreadamente a abrir presentes...
A verdade é que eram tantas prendas, e para tanta gente, que à meia noite se gerava uma confusão tremenda. Eram papeis voar por todo o lado, coisas espalhadas pelo chão, presentes abertos à pressa... Algumas prendas quase não eram apreciadas porque não havia tempo para isso. Porque havia sempre outra prenda para abrir depois dessa. Conhecem o filme?
No final da algazarra, ficava em mim um sentimento estranho. Como se algo estivesse a faltar. E nâo eram prendas, porque essas haviam, até em quantidade excessiva. Era, por estranho que pareça, o espírito do Natal.
Este ano, resolvemos fazer um Natal mais espiritual, mais humilde e mais sentido.. Como mãe, cada vez sinto menos necessidade de prendas. Neste momento, quem oferecer algo ao meu filho é como se estivesse a oferecer-me a mim. Fico tão contente como se a prenda fosse para mim.
O melhor presente que podemos ter no Natal é o sorriso dos nossos filhos. Vê-los a brincar felizes e, de preferência saudáveis, é o melhor que a vida nos pode dar.
Assim, substituímos os momentos de "fartura" por "momentos de qualidade".
O porta-moedas agradece... e a nossa alma também.