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O Triângulo Perfeito

A vida de uma família perfeitamente normal

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Qua | 26.07.17

Fui de férias sozinha para Ponte de Lima

Ana

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Dei de caras com a revista Evasões desta semana. Percebi, satisfeita, que se escreveu sobre os encantos de Ponte de Lima. 

 

À medida que deslizava as páginas da revista, comecei a sorrir interiormente. Estava a lembrar-me de uma viagem que fiz, sozinha, há muitos anos atrás!

 

Foi a primeira e única vez que viajei sozinha. E foi por opção.

Ponte de Lima foi o destino daqueles três dias de reencontro espiritual. 

 

Na astrologia defende-se que, de X em X anos, o nosso mundo físico e espiritual dá uma volta de 180º.

Não sei se é verdade. O certo é que eu estava a passar por uma fase complicada... Uma grande e dolorosa mudança de paradigma. 

 

Um local de trabalho que detestava, problemas pessoais, nervos em franja... O último ano tinha sido um caos. Sentia que a cada dia que passava, me estava a distanciar cada vez mais dos meus sonhos e do meu verdadeiro eu. 

 

Viajei para Ponte de Lima para me encontrar de novo.

 

Sabia que a Ana meiga, simples, divertida e inteligente estava ainda dentro de mim. Mas estava tão escondida e amedrontada no meio daqueles problemas todos, que não queria vir à superfície. 

 

Quando disse aos meus amigos que ia  passear sozinha, as reações variaram entre a surpresa e a comiseração. Entre o "estás tola, o que vais fazer três dias sozinha num sítio que mal conheces?" e o "coitada, não tem ninguém que a acompanhe..."

 

Eu tinha. 

 

Só não queria sobrecarregar os amigos com as minhas dores, as minhas dúvidas, as minhas lamúrias. Estava farta de me vitimizar. Estava farta de chatear os outros com as minhas picuices. 

 

Assim, avancei. Peguei no carro e fui. 

 

Não tinha hotel marcado, nem sítio onde ficar, mas não estava preocupada. Achei que deveria resolver os problemas à medida que fossem surgindo. Sem stress e sem ansiedade. Como a vida deveria ser, aliás. 

 

Acabei por alugar um quarto numa residencial manhosa, onde só pus os pés para tomar banho e dormir. 

 

No resto do tempo....

 

passeei na cidade

    li um livro aconchegada num banco de um jardim tranquilo

              fiz uma viagem de 10 km na ciclovia de Ponte de Lima

                           caminhei nos trilhos e perdi-me muitas vezes

                                      encontrei-me outras tantas

                                                 perdi um telemóvel numa valeta

                                                            comi como um lorde

                                                                    diverti-me nas lagoas

 

 

Fiz o que me deu na real gana! Tratei-me bem. Senti-me feliz.

 

A minha vida não mudou por eu ter passado em Ponte de Lima, porque as mudanças não se dão de um dia para o outro. São sempre graduais.

 

Muito menos a minha presença fugaz mudou alguma coisa na cidade. 

 

Mas foi uma viagem importante do ponto de vista psicológico. Reencontrei a força e senti-me bastante melhor.

 

É possível viajar sozinho. E pode ser bem agradável.

Ganhem coragem!

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