Planos? Sou mãe. Não me façam rir...
Perceber que não se podem fazer planos com muita antecedência. Aceitar que, a qualquer momento, os planos podem mudar. E não ficar muito desgostoso se o dia não correr como planeado. Estes foram alguns dos ensinamentos que o ano de 2016 me trouxe.
Só agora que fui mãe, é que percebo como tudo antigamente era tão simples e tão definido! Até aqui, toda a minha vida era clara e estruturada. Habituar-me à inconstância dos dias (e dos planos) não foi uma experiência fácil. Paciência foi uma qualidade que adquiri (à força), assim como a capacidade de lidar com a frustração.
Antes da maternidade, os planos não eram planos. Eram quase certezas:
Se combinava com uma amiga ir ao shopping no fim de semana, em 90% dos casos a promessa concretizava-se.
Se comprava um bilhete para um espetáculo... pois só se chovessem canivetes é que eu faltava!
Se acordava num sábado de manhã com uma especial vontade de ir almoçar fora... quem é que me impedia de ir?
E depois fui mãe. E depois a vida mudou.
Ser mãe é combinar ir ao shopping no fim de semana, mas acabar a fazer compras na internet por falta de tempo. É marcar um café com as amigas, mas ter que ir embora a meio porque o V. está com cólicas e não pára de chorar.
Ser mãe é combinar um almoço no Porto e acabar por ficar em casa porque mesmo antes de sairmos o bebé (1) vomitou (2) bolsou (3) defecou (4) sujou o body, ou as quatro opções ao mesmo tempo. E para além disso, caiu vómito na nossa saia nova, aquela que tínhamos comprado especialmente para a ocasião.
(com o tempo, estes problemas diluem-se... acabamos por ir almoçar ao Porto na mesma, com a saia toda borrada. Chega a um ponto que estes detalhes deixam de importar)
Ser mãe é substituir o "sábado vou ao parque dar uma corrida" pelo "sábado, eu GOSTAVA TANTO de ir ao parque dar uma corrida".
Ser mãe é marcar um jantar romântico e acabar a degustar os snacks da vending-machine da urgência pediátrica.
No primeiro ano de vida de um bebé, andamos a "toque de caixa" daquele ser fofo, ternurento e indefeso. Ele é o big boss, não há dúvida alguma. É o "pequeno tirano" que sem sequer se aperceber, mexe com toda a nossa estrutura, altera todas as nosss rotinas.
O maior conselho que posso dar às futuras mães é tentarem encarar esta nova forma de vida sem grandes dramas, sem oferecer grande resistência...
Vão ter dias de grande stresse, de grande frustração interior, mas com o tempo vão acabar por perceber que o amor que sentem pelo vosso filho é superior a tudo. Acima de tudo, é importante encarar as mudanças de planos (vão haver muitas, preparem-se) com otimismo e sentido de humor.
Posto isto... a minha resolução para o novo ano é... relaxar um bocadinho e ir na maré.
Sou mãe. Decidi que não vou fazer grandes planos.
Mas tu 2017, conta lá... que planos tens guardados para mim?