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O Triângulo Perfeito

A vida de uma família perfeitamente normal

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Ter | 05.06.18

Peripécias com carrinhos de bebé (digam-me que isto não acontece só a nós...)

Ana

Costuma-se dizer que o carrinho do bebé é das últimas coisas que o "casal grávido" adquire.

Não sei se isso acontece por ser um dos ítens mais caros, ou por haver tanta oferta no mercado - quando há muita escolha ficamos sempre um bocado baralhados, não é?

No nosso caso, contudo, acho que foi das primeiras aquisições. Estou a falar da primeira gravidez...

Estava tão entusiasmada, que me deixei levar pela "emoção" e com 4 meses de gravidez já tínhamos o dito carrinho em casa!

Foi aparentemente uma boa compra : era um trio de uma marca conhecida, com um aspeto robusto e muito fácil de abrir e fechar (uma das minhas poucas exigências).

Para além disso, e graças a uma promoção do Dia da Criança, estava com um preço muito apelativo.

 

Depois de o Vasco nascer, percebemos que o carrinho tinha sido a pior compra que fizemos!!

Tirando a alcofa (que era enorme e deu imenso jeito sobretudo para a sestinhas em casa da vovó), o ovo era super desconfortável. Para além de que tinha um formato que não nos permitia encaixar nenhuma daquelas forras giras que víamos nos carrinhos de outras marcas.

Ok, sei que este último pormenor é um bocado fútil, mas pronto. Irritava-me não poder colocar forras fofinhas na coque.

O Vasco chorava a plenos pulmões sempre que viajava nela. Era um martírio.

Quando passou para o carrinho, pensámos ter os nossos problemas resolvidos, mas não.

O revestimento era duro e pouco confortável. Uma das partes estava sempre a sair...

O Vasco continuava a berrar como um desalmado, com a agravante que agora já tinha desenvoltura suficente para se soltar do carrinho e bazar sempre que lhe apetecia ou sempre que apanhava um dos pais distraído.

 

Se o arrependimento matasse... eu já estava cobertinha por 7 palmos de terra.

Decidimos imediatamente que se tivessemos outro filho, o carrinho ia à vida.

E assim, começou o filme: o carrinho - parte II.

 

O carrinho - parte II

 

Engravidei de novo. 

Desta vez, pesquisámos mais no sentido de fazer a melhor opção.

Eu sempre tive uma "panca" pelos carrinhos da Quinny. Acho-os giros e práticos! 

Fomos experimentar e verificámos que eram também muito fáceis de abrir e fechar. 

Adoro o design e os materiais desse carrinho. E parecem ser muito confortáveis.

 

E assim, com ajudinha de um site de vendas, lá arranjamos um Quinny Modd espetacular.

No dia combinado, encontrámo-nos com o dono do carrinho e verificámos que estava impecável.

Eu não cabia em mim de contente.

Já me imaginava, toda estilosa, a desfilar na rua com o meu carrinho novo!!

Após os procedimentos habituais, levámos o carrinho para o nosso carro.

O ex-dono do carrinho entrou no carro dele e iniciou a marcha.

 

Abrimos a mala do nosso carro.

Tiramos o conteúdo da mala.

Tentamos meter o carrinho e....

Tcharam!!!!

 

INCRÍVEL!! O CARRINHO NÃO CABE NA MALA!!!!

 

- Vira para aqui - diz o marido.

- Espera, põe mais na diagnonal! - refilo-lhe.

- Não, não, assim não dá. Não vês que a mala não fecha? - Berra-me ele.

- Espera, põe mais ao alto. Não. Não. Não!!

- Olha escosta aqui! Se puseres as rodas assim, quase que fechas a mala.

- Quase... Sim, porque vamos andar com uma mala "quase fechada". Tu picas-te...

 

Caos...

Silêncio sepulcral. 

Olho para a autoestrada e vejo o carro do senhor que nos vendeu o carrinho a afastar-se cada vez com mais velocidade.

 

- Podemos sempre ligar-lhe e devolver-lhe o carrinho- arrisca o vértice masculino.

- Não!!! Eu adorooooo este carrinho, isso está fora de questão. - digo-lhe aflita.

 

E eis que...  Tharam!! Decido avançar com uma solução milagrosa:

 

- E se vendessemos o nosso carro?

- Mas como? - marido ainda sem perceber a ideia - Voltar a colocar o carrinho no site de vendas?

- Não! Nada disso. Vamos VENDER O NOSSO CARRO. O FORD!! É um chaço de 1997, já o mandávamos pastar. Que dizes?

- Deixa ver se eu percebi... (cara de incredulidade a desenhar-se no marido).

Portanto, tu queres vender o NOSSSO CARRO... para...para PODERES ENFIAR DENTRO DA MALA UM CARRINHO DE BEBÉ???? 

- Sim... era mais ou menos essa a ideia. Não achas boa ideia? - coloco a minha cara mais fofa e ingénua. Tipo Gato da Botas do filme Shreck.

- É assim... já percebi, ok... que adoras este carrinho... Mas o teu raciocíonio não tem lógica...

- Não?? Eu até acho que tem. Agora temos um carrinho com estilo. Nem sequer combina com este trator velho a que chamas carro. Para além da parte prática, é também uma questão de estética.

-  É por isso que o mundo não pode ser governado por mulheres. Vocês iam dar cabo disto tudo. 

- Seria um mundo mais bonito!

- E falido...

 (não percam a continuaçã desta emocionante saga... no próximo post)

 

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