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O Triângulo Perfeito

A vida de uma família perfeitamente normal

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Dom | 15.10.17

O monstro das festas de aniversário

Ana

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Um dos meus piores defeitos é ser distraída. Na maioria dos casos, esta caraterística dá origem a situação engraçadas e que até dão para rir... noutros casos, a minha vontade é enterrar-me bem fundo com vergonha por aquilo que fiz. 

 

Por exemplo... posso dizer que sou o "monstro das festas de aniversário". Sou pior que os miúdos: faço coisas (sem querer, claro) que não lembram ao diabo.

 

A primeira situação foi há cerca de 8 anos, na festa de aniversário de um amigo.

Vou à festa e deparo-me com uma mesa cheia de bolos.

Até aqui nada de anormal... É uma festa de anos.

As horas vão passando e os convidados começam a petiscar da mesa. 

Atacam os rissóis, atacam os bolos... 

Mas há um bolo que, triste e desprezado, não é comido por ninguém.

Ouço a namorada do meu amigo a dizer que foi ela que confecionou alguns dos bolos. 

Fico com pena dela. 

Imagino... como é que eu me sentiria se tivesse feito um bolo com todo o carinho e dedicação e depois ninguém o comesse?

Ainda por cima o bolo em questão tinha um aspeto delicioso.

Pensei. 

Se calhar ninguém come deste bolo porque ainda não foi enxertado. 

Há pessoas que sentem mal em tirar a primeira fatia do bolo.

Decido tirar uma fatia, para as pessoas perceberem que podem comer à vontade.

Não quero que a namorada do meu amigo fique triste por ninguém comer aquele que (para mim) era o melhor bolo da festa.

Tiro a primeira fatia e delicio-me com o sabor. "Excecional", pensei. 

Está tão bom que tiro mais outra.

Pronto, agora toda a gente sabe que pode comer à vontade.

A casa é grande e tem jardim. A maioria das pessoas estão lá fora e não reparam no bolo "desdentado".

É então que a namorada do meu amigo diz: Vamos lá cantar os parabéns ao Miguel!

Toda a gente se encaminha para a mesa dos bolos...

O Miguel posiciona-se ao centro da mesa...

E é então que ouço um grito horrorizado:

- QUEM É QUE ATACOU O BOLO DE ANIVERSÁRIO??

Burburinho... tudo a olhar uns para os outros... até que a Ana (eu) decide confessar...

- Fui eu.... (voz a sumir-se e sensação de ter feito merda. Grande merda....)

- MAS... PORQUÊ? PORQUÊ??

- Porque... o bolo estava ali sozinho... e tu disseste que fizeste os bolos... e eu não achei correto deixarem ali aqui bolo... não quis que ficasses triste ou aborrecida, por teres feito o bolo e ninguém comer!

Risada geral na sala. O Miguel ri... a Marta ri bem alto e eu percebo que, uff, ninguém levou a mal.

- Mas, Ana, não reparaste que era o bolo de anos? - pergunta o Miguel a rir

- Não! Não tem velas, e nem sequer diz "Parabéns"!

A Marta explica que era um bolo caseirinho e que achou que não valia a pena acrescentar esses detalhes. A vela ia ser colocada naquele momento.

- Estás perdoada, Ana. Por teres bom coração! Mas para a próxima vê se não fanicas o bolo de anos!

Claro que esta situação virou "piada eterna". 

E de vez em quando lá surge alguém a fazer anos e a dizer que vai esconder o bolo de aniversário, para evitar que eu o coma antes do tempo...

 

(este post continua, com mais um episódio do "Monstro das Festas de Aniversário)

Sim, porque a minha distração não tem limites!

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