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O Triângulo Perfeito

A vida de uma família perfeitamente normal

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Ter | 27.03.18

Novo parto, hospital diferente

Ana

No dia 11 de novembro de 2015, pelas 22:30 entrei no hospital para ter o meu primeiro filho.

Segundo  uma primeira análise, eu não tinha qualquer dilatação, e nem sequer existiam as ditas contracções. Apenas e só me tinham rebentado as águas.

Pediram para tirar a roupa, vestir uma bata branca e deitar numa cama. Foi-me  administrada uma substância por via intravenosa e disseram-me para aguardar deitada na maca.

Colocaram-me uma cinta para monitorizar os batimentos de mãe e bebé. E ali fiquei.

Algum tempo depois, o monitor indicou braquicardia fetal e fui imediatamente levada para o bloco operatório para uma cesariana de urgência.

Se a cesariana foi necessária? Penso que sim. Afinal de contas, havia "sofrimento fetal".

Mas será que o bebé teria entrado em sofrimento se o parto tivesse ocorrido de forma mais natural?

Passo a explicar. Sinto que foi tudo muito rápido, frio, e asséptico. 

Os estudos demonstram que a administração precoce de algumas substâncias para induzir o parto, aumenta as probabilidades de braquicardia. Sendo assim, porque não esperar um pouco, já que o processo ainda estava no início?

Sinto que não tive liberdade de movimentos pois mal cheguei disseram para deitar numa maca. Isto quando todos sabemos que caminhar ajuda à dilatação e ao desenvolvimento do parto.

Sinto que não foi dado o devido tempo para que as contrações começassem espontaneamente.

Sinto... enfim... sinto que era muito tarde, que todos estavam cansados... não consigo deixar de pensar (desculpem-me se estiver enganada) que ninguém quis "esperar" por mim. Ninguém quis dar hipótese para que o meu corpo começasse efetivamente o seu trabalho.

 

Apesar de estar feliz pelo nascimento do meu filho, ficaram no meu íntimo várias dúvidas sobre o processo e muita mágoa acumulada que acabou por condicionar o meu estado de espírito nas primeiras semanas pós-parto. Não tive uma depressão pós-parto, mas sofri imenso com o baby blues.

Por isso, prometi a mim mesma que iria pesquisar mais, e procurar as respostas que me faltavam. Passei meses e meses a ler e a consultar dados, estatísticas e teses de mestrado.

Até que engravidei pela segunda vez.

Já na posse de muita informação decidi que iria enverdar por outros caminhos.

Voltei novamente à pesquisa, às conversas com colegas, aos fóruns de mães e de grávidas...

Até que, finalmente, encontrei o local certo para mim. O local certo para ter o meu segundo parto.

Refiro-me ao Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim. Um local que reune consenso em termos de qualidade, e onde já se pratica há alguns anos aquilo que todas as muheres sonham- um parto humanizado.

Escolhido o hospital, fui ver com os meus próprios olhos a dinâmica do local.

Quis tentar saber se todas as coisas boas que tinha ouvido e lido eram mesmo verdade.

Seria este um hospital amigo das mulheres?

Um local onde as vontades da mãe seriam respeitadas?

Seria este um local onde eu teria carinho, cuidados permanentes e uma atenção constante ao desenrolar do parto?

Fui confirmar.

Certo dia, meti-me a caminho com o meu marido e estacionamos em frente ao hospital.

Visto de fora, a fachada pouco prometia: um edifício velhinho a necessitar de obras de restauração urgentes!

Mas não desanimámos. 

Já tínhamos marcado pelo telefone a visita às instalações e logo que entrámos no bloco de obstetrícia fomos carinhosamente recebidos pela enfermeira Élia. 

A empatia foi imediata. E o nosso sentimento de segurança foi crescendo à medida que a enfermeira nos fazia o "tour" pelo bloco de partos e instalações. 

A primeira coisa que nos disse, depois de saber que vínhamos de um Hospital Privado, foi:

- Atenção, que isto aqui não é nenhum hotel! Mas podem ter a certeza que estão em boas mãos.

Respondemos que não estavamos interessados num "hotel". Só pretendíamos carinho e respeito.

- Então, fiquem descansados, pois vão encontrar tudo isso aqui.

Durante mais de uma hora, percorremos as cinco salas de parto (modernas e restauradas) onde é possível ser acompanhada por duas pessoas ( e não uma, como noutros hospitais), onde temos bolas de pilates, banco de parto, chuveiro, televisão, possibilidade de ouvir música escolhida por nós. Numa das salas, a "famosa" banheira escolhida por algumas mães para o parto na água. 

Gostei tanto, tanto, tanto!

E a parte de que gostei mais, foi saber que não só é permitido mas também fomentada a ideia de a grávida fazer um "plano de parto".

Sei que brevemente, terei uma reunião no hospital com a equipa de enfermagem, para decidirmos em conjunto o plano de parto. E isto é uma prática corrente neste hospital.

Saí de lá com o coração cheio e com todas as minhas dúvidas dissipadas. 

Sei que o meu parto poderá correr bem, mal ou mais ou menos, mas tenho a certeza de que vão fazer tudo para que este seja "o dia mais feliz". 

Aguardo com alguma ansiedade o dia da chegada do novo bebé. Mas estou cada vez mais confiante e segura da minha escolha.

Entretanto, começarão as aulas de preparação para o parto (algumas na piscina da Póvoa de Varzim - mais uma inovação do hospital).

Mal posso esperar! :)

2 comentários

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    Ana

    11.07.18

    Correu muito bem, foi a todos os níveis um parto humanizado. Pouco a pouco vou contando pormenores aqui no blogue, Fica atenta, beijinhos!
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