Somos feitas da mesma massa (as mães)
6 meses depois, comecei finalmente a gostar de amamentar.
Acho que só me faltava isto: tempo para conseguir respirar entre os momentos de amamentação do meu filho.
Com a introdução da comida sólida, o intervalo entre mamadas aumentou.
Dou de mamar menos vezes. Logo, acabo por conseguir desfrutar mais desses momentos a dois.
Durante muitos meses vivemos praticamente colados, como se não tivesse sido removido o cordão umbilical.
Fomos pele com pele. Unha com carne. Numa simbiose perfeita.
Adormecemos e acordámos juntos muitas vezes. E os nossos corações sincronizaram na mesma batida. Mesmo sendo dois... Fomos um só.
Ele está a crescer. E isso é bom, mas ao mesmo tempo faz-me pensar em como tudo passa tão rápido!
Rejubilo por esta nova fase. E ao mesmo tempo sinto saudades de o ter mais tempo nos meus braços.
Fico contente porque agora disponho de mais tempo para cuidar de mim... e simultaneamente sinto uma certa tristeza porque o "nó" está prestes a desatar.
Acho que ser mãe é isto. É viver continuamente com estas contradições.
Querer ser livre e ao mesmo tempo ter saudades de viver acorrentada.
Querer querer dar asas aos filhos. E ao mesmo tempo desejar que eles demorem muito a aprender a voar.
Hoje percebo, finalmente, as mães que dizem ter saudades de amamentar.
Hoje percebo que sou feita da mesma massa. Nada em mim é original.