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O Triângulo Perfeito

A vida de uma família perfeitamente normal

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Qui | 22.07.21

IPSS e pré-escolar público - algumas comparações

Ana

O Vasco andou nos últimos cinco anos numa IPSS e eu não tinha ideia da sorte que tinha em certos aspetos. 

A matrícula era feita na própria escola, o preço das refeições estava incluído na mensalidade e a questão do acolhimento/prolongamento escolar não era sequer um assunto: os miúdos chegavam e saiam à hora que os pretendiam (entre as 7h30 eas 18h30) e não era preciso marcar ou avisar. 

Com a passagem para uma escola pública, diminuiram os encargos, é certo (mais dinheirinho na carteira!) mas nem tudo são rosas. 

Uma das coisas que aumentou foi a burocracia. 

A matrícula teve que ser feita online no portal das matrículas. Não me posso queixar do site, achei-o simples, mas este foi apenas o primeiro passo. 

A seguir, tivemos que fazer a inscrição online do pequenote noutro programa chamado SIGA - este permite acesso às refeições, acolhimento e prolongamento de horário. 

Com tudo isto apercebi-me que o pré-escolar no ensino público fica mais barato que uma IPSS, mas a diferença não é assim tãooooo grande como eu supunha.

(não estou aqui a meter os colégios privados ao barulhos, porque é outro campeonato)

Portanto, se quisermos que o Vasco vá antes das 8h45 temos que pagar um X. Se pretendermos que fique depois das 15h00 temos que pagar outro X. Se pretendermos refeições, pagamos mais um Y. 

Ou seja, para sufruir dos mesmos direitos (acolhimento, refeição e prolongamento) vamos pagar um valor por cada uma destas coisas. Somando tudo, a diferença em relação ao que pagávamos na IPSS é reduzida. 

Percebo que as refeições se paguem, claro.  Aquilo que acho mais estranho é que o estado assume que o acolhimento e o prolongamento são luxos e como tal devem ser pagos à parte. Não concordo. 

Que pai/mãe consegue prescindir do prolongamento, por exemplo?  Quem é que tem um emprego que lhe permite chegar ao infantário todos os dias às 15h00?

Nem toda a gente tem avós para ir buscar os miúdos ao infantário às 15h00. E os avós também têm a vida deles, não têm que estar 100% disponíveis para ir buscar os netos todos os dias. 

Não deveria o prolongamento ser um direito? 

E a questão do acolhimento? Também não faz sentido...

E se eu tiver que entrar às 8h30 no meu emprego? E se trabalhar a 30Km, 40km (ou mais) de distância e precisar de sair muito cedo de casa? É obvio que vou necessitar dos serviços de acolhimento.

Por isso questiono-me... Não deveriam estes dois serviços estar "implícitos" no conceito ensino público? 

90% dos trabalhores necesitam desses serviços. Eles não são luxos. São necessidades.

Portanto, ou se mexe no horário dos trabalhadores com crianças em idade escolar (utopiaaaaaa) ou se começa a pensar seriamente nesta questão. 

Vamos fazer uma petição?

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