Festa de fim de verão 2019
Pão. Vinho na mesa.
Risos aqui e ali. Gente que vai chegando aos poucos.
Uns sentam-se. Outros ficam em pé, a conversar.
Panelas de ferro gigantes. Massa à lavrador. Feijoada à moda do Porto.
Coisas leves. Leves! Que isto era para ser um picnic.
Esteve até à última para ser um picnic no campo. Mas transformou-se numa festa em casa da prima.
Mas mesmo que fosse para merendar ao pé do rio, a ementa era a mesma.
Gente do norte... gente que gosta de comer.
Boa cama, boa mesa. Quem não é para comer, não é para trabalhar. Tudo serve de pretexto para mais um prato cheio de solas e de feijão.
Abre-se mais uma garrafa. Vinho verde fresquinho.
O pessoal da coca-cola põe mais uma pedra de gelo no copo.
Panados para as crianças. Rissóis. Arroz com fartura.
Mesa comprida, cadeiras de plástico. Uns sentam-se, uns levantam-se. Nunca estamos todos sentados.
Um bebé come, outro quer dormir.
Mete-se uma piscina insuflável dentro da garagem. Os miúdos tomam banho enquanto a gente come.
Vamos para a piscina cedo de mais. Calor aperta. Há que aproveitar os últimos cartuchos do verão.
A piscina cheia de insufláveis. O flamingo do ano passado, o crocodilo deste ano. É a selva aquática.
Atiram-se pessoas à àgua. Uns berram, outros riem-se.
Este ano salvaram-se os telemóveis. Já ninguém anda com eles no bolso: aprenderam a lição.
Canta-se aqui e a li. Põe-se a coluna de som a berrar.
Improvisa-se uma discoteca. Os mais novos ensinam os passos de dança dos hits deste ano.
Alguém pede uma sessão de Karaoke. E alguém insiste que sem microfone não tem piada.
"Fecha a porta, apaga a luz, vem deitar-te ao meu ladooooo".
Uma prima fecha o punho e faz de conta que tem um micro. A outra agarra uma lanterna e canta sem problemas.
E ficam horas de regressar a casa.
Colocamos os miúdos no carro, dizemos Adeus e esperamos que o portão da casa da prima abra.
O carro desliza na estrada de paralelo da aldeia e ainda ouvimos ao longe o concerto das primas:
"Fecha os olhos, esquece o tempo, nesta noite sem fiiiiiiiim"
E é isto.
Para o ano há mais.