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O Triângulo Perfeito

A vida de uma família perfeitamente normal

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A vida de uma família perfeitamente normal

Qua | 17.01.18

Coisas que me enervam

Ana

Há uns meses fui buscar o Vasco ao infantário e decidimos ir a pé para casa. Temos a vantagem de o lar ficar muito próximo da creche, por isso o passeio adivinhava-se bastante divertido e pacato. 

Apesar de serem cinco da tarde, ainda estava um bocado de calor. Julgo que esta situação se passou em setembro, por isso ainda estávamos no verão.

Passei quase 15 minutos a insistir com o V. para ele colocar o chapéu. E fui tão insistente que, de cada vez que ele atirava o boné para o chão, eu voltava a apanha-lo e colocar o dito cujo na sua cabeça. 

A coisa começou a ficar tensa....  e o caminho que parecia curto, comecou a ficar demasiado longo com tantas paragens e reprimendas.

Vasco tira chapéu, mãe volta a põr. Vasco chora. Mãe refila. Vasco atira chapéu. Vasco atira-se par ao chão... blá, blá, blá.... vira o disco e toca o mesmo.

 

A modos que chegou a um ponto que desisti. Pronto. Tenho dito!

 

Analisei os prós e os contras e cheguei à conclusão que naquele dia e naquele momento aquela era uma luta perdida.

 

 

E concluí que mais valia chegar a casa em 5 minutos sem boné, do que demorar meia hora no tira-põe, com a criança aos berros, por baixo do sol escaldante. 

 

Portanto, enfiei o boné (e o orgulho) debaixo do braço e recomeçámos a caminhada, agora bem mais rápido felizmente. 

 

Mas...

 

... mal acabo de virar a primeira esquina dou de caras com uma senhora idosa, com ar regateiro que, SEM ME CONHECER DE LADO NENHUM, começa a refilar:

 

- Isto não tem jeito nenhum! Ora um sol tão escaldante e o menino sem boné! Que raio de mãe é você? Coitada da criança...

Confesso que já não ouvi o resto. Rosnei-lhe alto e respondi-lhe:

- Meta-se na sua vida!!! 

E continuei a andar. 

Atravessei a estrada e cheguei a nossa casa, que era mesmo ali. 

Mas estava mesmo piursa.

 

Que a senhora tinha razão? Tinha. 

Que o meu filho devia estar com o boné na cabeça? Devia.

Mas naquele dia, eu não consegui que ele enfiasse o dito cujo na cabeça. Que queriam que eu fizesse? Que lhe batesse???

 

Mas PORQUE RAZÃO É QUE AS PESSOAS SE METEM SEMPRE ONDE NÃO SÃO CHAMADAS?

 

Confesso que este tipo de comentários, críticas, sugestões, etc... vindas de terceiros me incomodam um pouco. Parece que toda a gente tem sempre algo a dizer, uma opinião a dar. 

Mas se forem pessoas que eu não conheço de lado nenhum, então aí fico mesmo chateada. Ninguém tem o direito de julgar a "qualidade" de uma mãe com base num único episódio. 

 

Nós, mães, passamos a vida a ser julgadas. Já não basta sermos as maiores críticas de nós mesmas, ainda temos que arcar com as críticas dos outros. É um stress...

 

Eu fiz aquilo que me pareceu mais razoável, tendo em conta que a distância era muito curta e o meu filho, na altura com 22 meses, ainda não conseguia entender as "vantagens" de usar boné. 

 

E pronto. Hoje apeteceu-me relatar uma das coisas que mais me enervam. Peço desculpa à senhora que me criticou por ter sido tão mal educada. Certamente noutro dia, com outra disposição, eu teria respondido de outra forma ou simplesmente ignorado.

Mas de vez em quando também me salta a tampa. :)))

 

 

 

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