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O Triângulo Perfeito

A vida de uma família perfeitamente normal

O Triângulo Perfeito

A vida de uma família perfeitamente normal

Sab | 06.05.17

Frango, para que te quero!!

Ana

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Saí do ginásio esganada de fome e a sonhar com coxinhas de frango. Lembrei-me logo que a cerca 200 metros havia um Pingo Doce e pensei que não seria má ideia ir até lá buscar comida.

 

Chegada ao super mercado, deparo-me com o caos! Aparentemente, as 12:00 de sábado são hora de ponta naquela superfície...

 

Filas para isto, filas para aquilo e… muita, muita gente de fato de treino e sapatilhas. Parece que a ideia de ir buscar frango a seguir ao exercício, não era assim tão original. Mais 320.000 pessoas da minha cidade tiveram o mesmo desejo.

 

Entusiasmada pelo cheirinho que vinha da zona da charcutaria arrisquei e decidi esperar a minha vez.Tirei a senha (número treze) e pensei: “Não é assim tão mau. Vai-se a ver e a coisa despacha-se depressa”

 

So wrong… apesar do ar enérgico da menina que estava a servir-nos, o tempo custava a passar.

 

Senha 3, senha 4… Tanto ainda para chegar à minha vez! E a parte pior é que, com o meu “detetor de cromos” identiquei imediatamente a senhora que me iria tirar do sério.

 

Sim. Sou especialista em detetar “empata-fodas”. Neste caso, melhor dizendo, “empata-frangos”.

 

Mal pus os olhos naquela senhora a falar alto com a filhota (“Ó Carla, tu bota atenção para beres se chegou a nossa bez!”) sempre aos saltinhos a espreitar para o balcão, pensei… estou frita…

 

Aquela senhora era das que nunca mais se despacham. E chegando à sua vez, tal como eu previa, começou o rol de pedidos:

 

Olhe, quero 300 gramas de queijo terra nostra”.

“E mais?”

“Olhe, quero mais 300 gramas de queijo do vosso, do Pingo Doce”.

 

A menina do balcão, despachava-se.

 

“É tudo?”

“Não. Quero quatro rissóis daqueles. São de quê?” (achei piada, primeiro pediu os rissóis, só depois é que quis saber o recheio).

“São de camarão.”

“Pode ser. E mais dois filetes daqueles.”

“Destes?”

“Sim. Os maiorzinhos”.

 

Pessoas na fila a desesperar…. E eu a pensar que teria feito bem melhor ir à churrasqueira ao pé de casa.

 

“É tudo, minha senhora?” – perguntava simpaticamente a menina da zona da churrascaria.

“Sim. Quer dizer… não!  Olhe dê-me duas barriguinhas daquelas ali”.

“Muito bem.”

 

Sorriso neutro da atendedora. Aparentemente é normal apanhar gente assim. E até é bom para o negócio…

 

“Olhe, aquele paio é picante?”

“Não senhora. Hoje não temos nada picante.”

“Então pode ser. Umas fatias de paio”.

“Deste?” – apontou a menina.

“Não. Daquele” – disse a senhora, apontando exatamente para o mesmo sítio.

 

ARRRRRG! Metade das pessoas da fila a soltarem chamas pelos olhos….

 

Muito bem. ´Mais alguma coisa?

“Não. É só isto.”

 

SÓ ISTO?? SÓ ISTO????

 

A sorte é que o cliente a seguir era o número 12. E a seguir fui eu.

Com o franguinho finalmente no saco dirigi-me à caixa para pagar.

Como é óbvio, tive o cuidado de escolher uma fila onde não estivesse a empata frangos. Não fosse o diabo tecê-las, uma vez mais.