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O Triângulo Perfeito

A vida de uma família perfeitamente normal

O Triângulo Perfeito

A vida de uma família perfeitamente normal

Dom | 29.08.21

Estamos de volta!

Ana
Estas foram, sem dúvida, as férias mais longas que fizemos longe de casa com os miúdos.. Estivemos uma semana em Armação de Pêra e mais cinco dias em Olhos de Água no Algarve. Para além disso, pernoitamos ainda em Penela na viagem rumo ao Algarve.
Foram dias de muita praia, sol, mar, piscina, escorregas e mergulhos. Não houve muito descanso (pelo menos da parte dos adultos), mas valeu muito a pena!
Os miúdos andaram felizes e super animados, até porque no primeiro hotel encontraram logo dois colegas de escola. Encontrar velhos amigos por mera casualidade a 600 km de distância é mais que bom... é pura felicidade!
No segundo hotel fizeram logo amizade com mais duas ou três crianças. Animação garantida, não é?
Apesar de tudo, nos últimos dias já sentíamos todos falta de casa. O Xavier começou a falar muitas vezes dos avós e o Vasco dizia estar farto de comer em restaurante.
Acho que regressámos na hora certa... e foi tão bom dormir na nossa caminha depois de tanto tempo fora!
Agora... é descansar nos poucos dias que restam de férias e organizar tudo. Porque o mês de setembro está aí a chegar e setembro vai ser um mês de recomeços!
O Vasco ingressa numa nova escola. O Xavier ficará pela primeira vez no infantário sem a companhia do irmão. E eu tenho um novo local de trabalho.
Vamos organizar-nos para que tudo corra bem e em breve daremos notícias de todas estas novas adaptações.
Entretanto, aqui ficam algumas imagens das nossas férias.
 

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Sab | 14.08.21

Sexta-feira 13

Ana
 
Este é por norma um dia de azar. Mas no caso desta família hoje foi exatamente ao contrário!
Acabámos de sair de 14 dias de isolamento profilatico (custou tanto!) por causa de um amigo do Xavi que testou positivo.
E tive ainda uma boa notícia: fui colocada a dar aulas numa escola a 300 metros de casa.
Melhor que isto é impossível. Grata por ter finalmente motivos para sorrir depois de dias tão duros. 😉🙏
Afinal... nem todas as sextas feiras 13 são más! 😀
Qui | 12.08.21

A pandemia e a (des)igualdade de género: mulheres confinadas em betão

Ana

Defendo com unhas e dentes a igualdade de género, mas nunca fui uma grande ativista dos direitos femininos.

Até hoje. No rescaldo de mais um isolamento profilático vivido a solo com duas crianças num apartamento, chego à conclusão que já devia ter dito qualquer coisa. Já devia feito qualquer coisa sobre o assunto.

Se as minhas palavras vão mudar o mundo? Talvez não. Mas pode ser que ajudem alguém a sentir-se mais compreendido. Pode ser que ajudem outras mulheres a expressar a angústia que sentem.

Há uma década, no auge da minha juventude, achava que já estávamos muito avançadas em relação às nossas avós e mães, mas concluí agora que não. A pandemia veio mostrar-me que não. As desigualdades estão lá; apenas mascaradas, dissimuladas para não parecerem tão mal. 

Sou apenas eu a sentir isto?!

Então é assim: em marco de 2020 estivemos 50 e poucos dias confinados, certo? Fui eu que estive em casa sozinha com as minhas crias. O pai, detentor de uma das profissões que o governo considerou essenciais... foi trabalhar. Nada contra. Mas se custou? Porra, se custou... O Xavier tinha 1 ano, o Vasco tinha 3. Nenhum dos dois parava um minuto. Se gostei de estar com eles? Gostei. Mas preferia não ter de o fazer 24h/24h num espaço fechado.

Em janeiro de 2021, mais 50 e tal dias na clausura dentro um apartamento pequeno com as duas crianças. Novamente a solo, a ter que lidar com o betão claustrofóbico, ter de cozinhar, limpar, entreter as crianças.

Ah. e não esquecendo da preocupação de zelar para "criar momentos felizes para que nossos filhos guardem as melhores memórias deste tempos incertos" (frase típica de rede social que já vomito).

E agora... em agosto... mais 14 dias confinada com os meus filhos, em isolamento profilático. Um amigo do Xavier da escolinha testou positivo e tivemos todas que confinar. Again!! 

Reparem que eu disse "todas" e não "todos". Em conversas tidas no grupo de facebook das "mães da sala do Xavi"  reparei que em 90% dos casos, foram as mulheres a confinar com os filhotes.

Aliás, só tenho conhecimento de um pai que tenha ficado sozinho nessa situação. 

Sempre que a DGS propõe que seja apenas um dos educandos a ficar em casa, a escolha acaba maioritariamente por incidir na mãe. Mas porquê as mulheres? Por que somos nós as sacrificadas?

Tem a ver com a organização da sociedade e com a (des)igualdade de género que infelizmente se mantém.

Desde sempre, as mulheres tiveram aquilo a que a sociedade apelida de "profissões menores". Profissões que podem ser interrompidas, canceladas, adiadas ad eternum, porque são consideradas trabalhos dispensáveis.

É triste, mas é assim. Embora já existam muitas mulheres no ensino superior, embora já existam muitas mulheres em cargos de chefia, e em profissões consideradas "essenciais", chego à conclusão que ainda são poucas. Sim, somos poucas! Temos que ser muitas mais!

Só assim se explica que a maioria fique irremediavelmente confinada em casa, quando se trata de decidir quem fica e quem vai. 

Não me digam que é um "luxo" ficar em casa enquanto os outros vão para a frente de batalha. Porque eu gostava de estar na frente de batalha. Sou super decidida e valente e isso tudo. E não! Não me chamem ingrata porque "estás na segurança da tua casa e não dás valor". Eu dou valor. Mas dou ainda mais valor ao livre arbítrio. 

Outra coisa... Temos mesmo que mudar a pressão social que faz com que a mulher seja compelida a aceitar determinadas funções sob pena de ser considerada um ser inferior. 

Embora não esteja escrito em lado nenhum, é quase certo neste momento que em caso de isolamento profilático é a mulher que deve ficar em casa. É isso que se espera dela. Como boa esposa, boa mãe. Ah, e ela tem o dever de aceitar isso, porque "tiveste os filhos, agora tens que os criar".

Sei que há muitas pessoas a sentir o que eu sinto. Mas a mulher que resmunga, que se revolta, que chora, é aquela que "não sabe estar no seu lugar", não é?

Pois confesso. Não sei estar no meu lugar. Eu queria estar num lugar em que pudesse ter escolha. E esta pandemia está a mexer com algo que me é muito caro - a minha liberdade. 

Talvez para muitos este post seja estranho. Talvez muitos não se revejam nele. E ok, tudo bem.

Sei que há muitos casais em teletrabalho (ambos em casa), e outros casais em que é o pai que fica em casa ou vão alternando. Mas acreditem que na maioria das vezes (sobretudo aqui no norte, onde o teletrabalho não tem tanta incidência) é a mãe que se isola.

Também sei que há mães solteiras que nunca tiveram opção de escolher e que têm que efetivamente viver toda esta pandemia a solo. Para elas vai todo o meu respeito e admiração, a sério. Mas havendo escolha... não deveria o isolamento ser repartido de forma mais homogénea pelo casal?

Entendam-me... Este não é um texto sobre uma potencial crise matrimonial. Nada disso. Está tudo ok por aqui... Eu aceito que perante a "profissão essencial" do meu marido, seja eu a aguentar as rédeas aqui em casa. Aceito que seja eu ficar em isolamento quantas vezes forem necessárias. E sei que tem de ser assim. Nada a acrescentar. 

Mas este é um post sobre saúde mental, ou eminente falta dela. Sobre as sequelas emocionais de tantos confinamentos seguidos. Vocês não conseguem imaginar o desgaste que isto está a ser...

Este é também um post sobre todas as mulheres que se confinam para que o mundo possa avançar com relativa liberdade. 

Eu não tenho dúvidas que as mulheres são as grandes guerreiras desta pandemia. É certo que nunca ninguém virá para a varanda bater-nos palmas, mas wtf... deviam!

Porque os hospitais, as farmácias, a polícia e toda a frente de batalha só funciona porque existe uma retaguarda. E essa retaguarda somos nós: mulheres que estão muito, muito cansadas, mas continuam a sorrir para os filhos e para o mundo, mesmo quando o coração chora por dentro. 

Ás vezes penso que ainda estamos em 1940, em plena 2º Guerra Mundial. Muito pouco se falou nessa altura do papel das mulheres que ficaram em casa (e sobre o que passaram sozinhas) enquanto os maridos estavam na frente de batalha. 

Também agora, muito pouco se fala daquelas que vivem presas em gaiolas de solidão.

Falei eu. Quem vai falar a seguir? 

 

Qua | 04.08.21

Pequenos marcos

Ana

Atingiu-se a marca dos 400 seguidores lá pelo instagram do blogue. 

Nada de especial, "só "demorei seis anos a chegar lá, ah ah. Acho que a minha cabeleireira deve ter mais seguidores que eu :)

Culpa minha, pois nunca divulguei o blogue junto de família e amigos (taras que eu tenho) e os seguidores que tenho são aqueles que foram chegando casualmente. 

Mas pronto... se quiserem ir seguindo as aventuras desta família... aqui fica o link do insta: https://www.instagram.com/trianguloperfeito_blog/

Um abraço a todos e todas.