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O Triângulo Perfeito

A vida de uma família perfeitamente normal

O Triângulo Perfeito

A vida de uma família perfeitamente normal

Sex | 30.07.21

Lugares que só existem em sonhos

Ana
Eu não sei se só acontece comigo ou se há mais alguém nesta situação, mas... eu sonho várias vezes com lugares onde nunca estive na vida real.
Sonho com esses lugares várias vezes, em noites seguidas.
E embora esses locais só existam na minha cabeça, de tanto sonhar com eles já me são muito familiares., Fazem parte de mim.
Um desses lugares fica sensivelmente a meio caminho entre Famalicão e Guimarães.
É um pavilhão desportivo onde eu treino voleibol com jogadoras veteranas. Tenho treinos (em sonhos!) duas vezes por semana, mas nem sempre posso ir por causa do trabalho.
Nesses sonhos tenho um treinador é muito exigente que fica chateado quando eu falto. As minhas colegas são super amigas e porreiras. Ah... e neste sonho não tenho carro. Vou para os treinos de autocarro ou então vou a correr.
Eu nunca vi este pavilhão na minha vida. Aliás, sei que ele não existe. Nem o treinador. Nem as jogadoras.
Mas a verdade é que tenho este sonho várias vezes e ele é bastante reconfortante. Volta e meia adormeço e dou por mim a treinar no pavilhão. É também um sonho bastante cansativo. Nos dias em que vou a correr para o treino, são quase 15 km. Passo a noite toda a "correr". Acordo estafada :))
Depois tenho outro sonho recorrente que é num ginásio tipo Spa. O ginásio fica em Famalicão no sítio onde agora fica o hipermercado Leclerc.
Tal como o pavilhão desportivo... esse lugar não existe, nem nunca existiu. Não sei como nem por que razão a minha cabeça o inventou.
Este sonho do ginásio já é mais stressante que o outro. Porque eu ando lá a praticar aulas de dança, mas não tenho jeito nenhum e fico muito angustiada por não acompanhar o ritmo (esta parte, pelo menos é igual à realidade).
Depois desço para a parte do SPA onde tem uma piscina e um jacuzzi e aí já fico melhor :))
E vocês? Também sonham frequentemente com lugares só vossos? Lugares que existem apenas nos sonhos, na imaginação?
Digam-me que não sou a única! :))

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Qui | 29.07.21

As férias escolares em França: à grande e à francesa!

Ana
Ontem estiveram cá em casa os primos de França e, entre outras coisas falou-se da educação dos miúdos.
O sistema de ensino francês é bastante diferente do nosso (tem coisas melhores e coisas piores), mas um houve aspeto que me chamou a atenção: a quantidade de interrupções letivas que os alunos de lá têm.
Então reparem:
As aulas em França começam no dia 7 de Setembro. E o que é que acontece logo em outubro? Têm duas semanas de férias.
São as "Férias de outono", como eles gostam de lhes chamar.
Aqui por Portugal, nessa altura os miúdos trabalham e bem. Nada de férias.
Depois chega o natal. E o que é que os alunos franceses têm?
Mais duas semanas de férias.
Em fevereiro/março os nossos miúdos têm direito a 3 dias de interrupção escolar por altura do Carnaval.
E por terras francesas? Nem quis acreditar...Mais ou menos nessa alturas eles têm mais duas semanas de férias!
São as férias de inverno. Aquela fase em que eles vão para a neve e para as estâncias de ski divertirem-se à larga 🙂
Com tudo isto, pensei: "Bem, com tantas interrupções se calhar na Páscoa não têm férias."
Mas têm! Mais duas semanas de férias na Páscoa, ah ah! Fiquei muito surpreendida ao ouvir isto.
As aulas em França terminam normalmente no dia 8 de julho, ou seja, três semanas mais tarde do que a média de fim das aulas aqui em Portugal.
Mas mesmo assim, fazendo as contas, eles continuam a ter mais tempo sem aulas do que os nossos estudantes. São cerca de 3 semanas e meia de férias a mais
Eu não sei se isto é bom ou mau. Só mesmo experimentando...
Mas fico com dúvidas em relação a aspetos logísticos.
Como é que os pais franceses fazem na altura em que os miúdos estão de férias?
Por exemplo, em outubro... Os pais não podem despedir-se dos seus empregos para ficar a tomar conta das crianças, não é?
Segundo a minha prima, a solução é pagar ATL ou levar os miúdos para casa dos avós. Claro que quem puder, pode sempre tirar uma semaninha de férias do seu emprego, mas... não é para todos.
Portanto, embora as crianças têm mais férias escolares isso não significa mais tempo de qualidade passado com os pais. Porque os miúdos estão em férias, mas os pais estão a trabalhar. Isso entristeceu-me. Estava a ficar muito entusiasmada com aquele sistema de ensino, mas... nem tudo são rosas, afinal.
Outra coisa que me faz confusão é como é que os professores conseguem dar seguimento aos programas das disciplinas com tantas interrupções pelo meio. Certamente que os currículos serão mais curtos, já contando com tanta paragem pelo meio.
Depois... a parte polémica. Terminar a 8 de julho.
Significa menos férias de verão, mas os Franceses não se importam pois já tiveram várias paragens durante o ano. E aqui, resultaria? Este ano experimentámos e ninguém achou muita graça. Mas talvez seja uma questão cultural. Ou seja, com o tempo e com o hábito poderemos encontrar muitas vantagens numas férias de verão mais curtas, desde que com a mesma quantidade (e qualidade!) de interrupções que os franceses têm.:)
 
E vocês? O que acham deste sistema de ensino? Gostavam que os vossos filhos tivessem todas estas férias/interrupções? Como preferiam?
Eu gostava de experimentar, para conhecer melhor as vantagens deste sistema.
Embora à partida me pareçam férias a mais, a verdade é que por terras francesas a coisa tem resultado.
E aqui, como seria?

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Qui | 22.07.21

IPSS e pré-escolar público - algumas comparações

Ana

O Vasco andou nos últimos cinco anos numa IPSS e eu não tinha ideia da sorte que tinha em certos aspetos. 

A matrícula era feita na própria escola, o preço das refeições estava incluído na mensalidade e a questão do acolhimento/prolongamento escolar não era sequer um assunto: os miúdos chegavam e saiam à hora que os pretendiam (entre as 7h30 eas 18h30) e não era preciso marcar ou avisar. 

Com a passagem para uma escola pública, diminuiram os encargos, é certo (mais dinheirinho na carteira!) mas nem tudo são rosas. 

Uma das coisas que aumentou foi a burocracia. 

A matrícula teve que ser feita online no portal das matrículas. Não me posso queixar do site, achei-o simples, mas este foi apenas o primeiro passo. 

A seguir, tivemos que fazer a inscrição online do pequenote noutro programa chamado SIGA - este permite acesso às refeições, acolhimento e prolongamento de horário. 

Com tudo isto apercebi-me que o pré-escolar no ensino público fica mais barato que uma IPSS, mas a diferença não é assim tãooooo grande como eu supunha.

(não estou aqui a meter os colégios privados ao barulhos, porque é outro campeonato)

Portanto, se quisermos que o Vasco vá antes das 8h45 temos que pagar um X. Se pretendermos que fique depois das 15h00 temos que pagar outro X. Se pretendermos refeições, pagamos mais um Y. 

Ou seja, para sufruir dos mesmos direitos (acolhimento, refeição e prolongamento) vamos pagar um valor por cada uma destas coisas. Somando tudo, a diferença em relação ao que pagávamos na IPSS é reduzida. 

Percebo que as refeições se paguem, claro.  Aquilo que acho mais estranho é que o estado assume que o acolhimento e o prolongamento são luxos e como tal devem ser pagos à parte. Não concordo. 

Que pai/mãe consegue prescindir do prolongamento, por exemplo?  Quem é que tem um emprego que lhe permite chegar ao infantário todos os dias às 15h00?

Nem toda a gente tem avós para ir buscar os miúdos ao infantário às 15h00. E os avós também têm a vida deles, não têm que estar 100% disponíveis para ir buscar os netos todos os dias. 

Não deveria o prolongamento ser um direito? 

E a questão do acolhimento? Também não faz sentido...

E se eu tiver que entrar às 8h30 no meu emprego? E se trabalhar a 30Km, 40km (ou mais) de distância e precisar de sair muito cedo de casa? É obvio que vou necessitar dos serviços de acolhimento.

Por isso questiono-me... Não deveriam estes dois serviços estar "implícitos" no conceito ensino público? 

90% dos trabalhores necesitam desses serviços. Eles não são luxos. São necessidades.

Portanto, ou se mexe no horário dos trabalhadores com crianças em idade escolar (utopiaaaaaa) ou se começa a pensar seriamente nesta questão. 

Vamos fazer uma petição?

Ter | 20.07.21

Correr para sobreviver

Ana

Há dois meses sentia-me profundamente cansada e com dificuldades respiratórias. Nunca tive Covid-19, portanto, não seriam sequelas da doença.

Seriam, contudo, as consequências de duas gravidezes quase seguidas e... dois confinamentos no inverno. 

No primeiro confinamento aderi à moda do pão e a #paodemia saiu-me cara, que é como quem diz... ajudou à engorda!

Mais umas bolachinhas para aguentar o tédio, mais uns bolos para distrair os miúdos e... quando dei por mim tinha engordado bastante. 

No segundo confinamento já fui mais comedida, mas o inverno não foi propício a caminhadas no meio da floresta (atividade que praticava a sós na primeira quarentena). Assim, à má alimentação juntou-se o sedentarismo e o stresse... sim... o stresse enorme de estar em casa durante 24 horas com dois miúdos adoráveis mas muito reguilas. 

Quando cheguei ao médico naquele dia de abril com queixas variadas tanto ao nível físico como psicológico, confesso que estava bastante assustada. Embora soubesse que a principal causa da minha falta de fôlego eram os dois confinamentos seguidos... tinha medo de ter algo mais grave e a minha hipocondria estava nos píncaros. 

"Terei cancro, senhora doutora?", "Terei uma pneumonia grave?" "Será que tenho fibromialgia? Só pode ser porque sinto-me tão mal e nem umas escadas consigo subir sem parar a meio! - lamentava-me com ar desolado no consultório. 

Depois de muito pacientemente me ouvir... a médica receitou-me alguns exames, mas foi clara na antecipação do diagnóstico:

- Vou manda-la fazer análises e alguns exames - começou por dizer - mas a minha intuição diz-me que o exercício físico é o que está a faltar. Vocês tem que começar já a fazer exercício, antes que seja tarde! 

- Como assim, tarde? 

- Da maneira que está a ficar... com excesso de peso, gordura abdominal... se não fizer nada, corre o risco de desenvolver problemas sérios. E se agora já tem dificuldade em mexer-se... como imagina que estará daqui a dois anos?

Bem... escusado será dizer que saí do consultório assustada. E ao mesmo tempo relativamente aliviada por saber que a "solução para os meus males" era tão simples. 

Feitos os exames (que nada apontaram de particular em relação ao meu estado de saúde - a médica tinha razão) decidi meter mãos à obra. Ou melhor... pernas à obra!

Como detesto ginásios, decidi começar por algo mais simples: caminhadas e corridas no parque da cidade. 

No início... mal conseguia correr 200 metros e já tinha que parar, ofegante! 

Mas não desisti. Sempre que o cansaço me atingia procurava lembrar-me das palavras sábias da médica ("você daqui a dois anos, mal se vai mexer...").

Um dia consegui correr 500 metros. No outro dia menos, porque os músculos doíam. Na semana seguinte novamente um pouco mais. E mais... e mais... 

Arranjei companhia de uma amiga que também quer ser "fit" e lá vamos nós dia sim, dia não. Quando estamos mais cansadas fazemos caminhadas maiores, mas normalmente vamos correr. 

Ainda só consigo correr 4 km. Sei que é pouco e que há quem faça verdadeiras mini maratonas todos os dias. Mas é muito, comparado com o ponto inicial. 

Não peso menos, mas também não era esse o foco principal. A ideia era perder massa gorda e ganhar agilidade e resistência ao nível cardíaco. 

Já não me custa subir um lanço de escadas. Já dou banho aos dois pequenotes sem ter que parar a meio para me sentar na sanita a recuperar o fôlego. Já não desespero quando os miúdos me pedem para ir à escola a pé. 

Ganhei qualidade de vida. Estou grata pelo "susto" que a médica me pregou pois foi algo que me fez mudar um pouco o meu estilo de vida. 

A pandemia está a causar grandes danos ao nível físico. Os nossos corpos não estavam habituados a estar tanto tempo dentro de um apartamento sem andar ou correr. E todas as nossas células estão a gritar por ajuda!

Agora é tempo de lutarmos contra este sedentarismo; um sedentarismo imposto mas que acabámos por interiorizar. 

É tempo de aproveitar o verão, o sol e o calor para mexer o corpo. Para sacudir banhas e tristeza. 

Eu cá sei que vou continuar... aliás... vou já equipar-me para a próxima corrida. Querem vir comigo? :)

Seg | 19.07.21

Uma manhã cinzenta... ou talvez não!

Ana

No sábado de manhã fomos à praia de Vila do Conde. Estava um dia de calor tórrido e não corria a mínima aragem. 

Os miúdos divertiram-se imenso no mar e aproveitaram a maré baixa para saltitar nos rochedos e nas pequenas poças de água salgada. 

Ficámos tão satisfeitos que no dia seguinte resolvemos regressar ao mesmo local... mas... em vez de 35º graus, apanhámos uma manhã cinzenta e agreste!

Claro que já sabíamos que o tempo ia mudar, mas nunca pensámos que a temperatura fosse descer tanto. :)

O que fazer? Voltar para trás não era opção.

Os miúdos estavam super entusiasmados e desta vez trazíamos o carro cheio de brinquedos de praia. Um saco enorme com baldes, forminhas e pás e moinhos, prontinho para aterrar na areia. 

Portanto... fomos. Sem pensar muito. E durante três horas tivemos a praia quase só para nós. 

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Sob uma orvalhada teimosa, brincámos até não poder mais. E o que se faz num dia destes? 

Enterra-se o Vasco na areia...  Fazem-se castelos  com o Xavier...

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E sabem o que existe escondido no meio dos rochedos? Muitos caranguejos! Lá fomos nós explorar!

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Os marotos dos caranguejos escondem-se muito bem! Mas o Vasco e o seu papá são muito persistentes!

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Missão "apanhar caranguejos" terminada! Agora é devolver os bichinhos ao mar! 

Foi uma manhã divertida. Ainda deu tempo para conversar com dois pescadores, admirar barcos à vela que passaram muito perto da costa, jogar futebol, jogar ao disco e... fazer acrobacias na barraca! 

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Fomos dos primeiros a chegar à praia e dos últimos a sair. Loucos? Não... diria mais... inventivos!

Conseguimos transformar uma manhã cinzenta e húmida numa experiência rica e cheia de cores.