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O Triângulo Perfeito

A vida de uma família perfeitamente normal

O Triângulo Perfeito

A vida de uma família perfeitamente normal

Qui | 25.02.21

Mães contra mães

Ana

Já se viu de tudo nesta pandemia! Políticos contra políticos, sociedade contra governo, médicos contra negacionistas...

Mas agora temos que acrescentar mais um conflito a esta já densa lista: mães contra mães!
Toda a gente sabe que as mulheres são muito más umas para as outras.
Eu, que sou da Biologia, acho que uma parte deste "rancor" é genético e tem passado de geração em geração ao longo de milhões de anos, como resultado da seleção natural.
Acredito que esta competitividade forte entre as ladys, poderá ter sido (no passado) um instinto de sobrevivência que acabou por permanecer no nosso código hereditário até hoje. Embora atualmente esse instinto já não seja tão necessário, ele acabou por permanecer no corpo como estrutura vestigial, assim como... o apêndice! 🙂
Mas adiante. Não venho aqui falar de Biologia, nem das minhas teorias.
Vou só desabafar sobre as discussões que vejo no facebook, entre mães que defendem o confinamento a longo prazo, e mães que querem desconfinar assim que seja possível.
Não interessa aqui quem tem razão. Cada um de nós tem a sua opinião e os outros só têm que a respeitar...
Infelizmente, sempre que vejo as caixas de comentários de uma notícia sobre desconfinamento, fico triste.
Reparo que as pessoas não têm a menor empatia umas pelas outras. É insultos, é ataques, é juízos de valor!!
Então isto é assim:
Se uma mãe diz que quer confinar até junho porque tem receio de contaminar os filhos e o resto da família, aparecem logo outras mulheres a ataca-la com frases como:
"O que tu queres é ficar em casa sem fazer nada!" ou "És uma parasita da sociedade, queres é molengar"
Por outro lado, se uma mãe assume que quer desconfinar assim que seja possível... também é atacada. "Tu não gostas dos teus filhos", "Estás farta dos filhos, se os tiveste agora tens que os criar".
A melhor mesmo para mim é "Há mulheres que não deviam ter filhos, pois pensam que eles são descartáveis".
(como se ficar 24 horas fechada num apartamento durante 50 dias fosse uma coisa prazerosa e pessoa não tenha o direito de se lamentar um bocadito)
Chega! Vamos parar de nos azucrinar umas às outras! Esta pandemia poderia ser uma boa altura para as mulheres se unirem. Mas não... continuamos umas "cabrinhas maléficas".
Ser boa ou má mãe nada tem a ver com o desejo de desconfinar!
Uma mãe pode amar loucamente os seus filhos e, mesmo assim desejar a sua liberdade. Desejar que a escola abra rapidamente não é ser má mãe.
Por outro lado, uma mãe que prefere ficar por casa até junho, não é necessariamente uma "preguiçosa". É simplesmente uma pessoa que está preocupada e muito assustada com a situação preferindo não correr riscos.
Todas as opções são viáveis.
Há boas e más mães dos dois lados.
Vamos lá acabar de vez com o campeonato do "Eu-sou-melhor-mãe-que-tu"!
A vida é muito curta e o momento atual não se compraz com estas quezílias.

Vamos lá distribuir amor, empatia e respeito, em vez de críticas.

Cada um de nós está a atravessar o seu deserto pessoal e não nos cabe julgar.

Sab | 20.02.21

Entrar ou não para a escola com 5 anos?

Ana

Cada caso é um caso e cada família terá que decidir consoante a personalidade e competências da criança que tem em mãos. O contexto atual (pandemia) também poderá ajudar na decisão.

 

No nosso caso, estamos cada vez mais convencidos que o Vasco precisa de ficar mais um ano a amadurecer na pré-escola.
Não se trata de inteligência, nem sequer de aptidões ao nível da expressão já que ele sempre teve um excelente vocabulário e articula bem os sons.
Tem mais a ver com a falta de maturidade do nosso filhote e com a sua dificuldade em manter-se quieto, sentado, assim como em concentrar-se nas atividades.
Sempre foi assim... regula, curioso e criativo. Mas ao mesmo tempo impaciente e pouco persistente nas atividades.

 

Claro que temos vindo a trabalhar estas características, mas sinto que não chega.
Ainda noutro dia ligamo-nos a uma sessão zoom com a educadora e os outros meninos da turma e apercebi-me que o Vasco mal conseguia estar sentado 2 minutos na cadeira. O que fará concentrar-se e ouvir efetivamente a professora.



Já tínhamos reparado que o nosso filhote não consegue decorar músicas ou lengalengas. E a única canção que deve saber de cor é... O atirei o pau ao gato 🐱🐱.
Se a tudo isto juntarmos a pandemia, que tanto tempo de escola tem roubado às crianças... Percebemos que faz falta ao Vasco crescer um pouco mais, ganhar traquejo em alguns conceitos... Por isso ... Queremos que fique mais um ano.



Não acho que seja um ano que se perde. Acho que ele vai ganhar muito, sobretudo em segurança e confiança em si mesmo. Pois sempre foi dos mais novos da turma e no caso dele, nota-se bem.
No próximo ano vamos aproveitar para ajudá-lo ainda mais com a aquisição de conceitos (letras, números) mas sem stresses! Sem aquela coisa do "vais ter mesmo que saber isto porque estás na primária!".

 

Vamos aproveitar para brincar muito, passear muito (se Deus nos livrar deste vírus). E se as aulas passarem outra vez para o regime online, vou ter uma criança na pré-escola. Não vou ter que o stressar com videoconferências para as quais ainda não tem qualquer maturidade.

 

Eu entrei com 5 anos e fui excelente aluna. Quando cheguei a primária já sabia ler e escrever. Mas houve ali uma altura, lá pelo oitavo ano em que achei que tinha que trabalhar mais do que os outros para garantir esses resultados. Algo me dificultava a compreensão, sobretudo a matemática. Por isso... Mais uma razão para não ter um filho a entrar com 5 anos.

 

Vocês já viram o que os nossos filhos estão a perder com esta pandemia? Parques, cinema, viagens, passeios, ar puro, sol, espaços abertos...

 

Têm a certeza que querem que eles entrem já para a escola rígida oficial e cheia de obrigações?
 

Eu estou cada vez mais convencida de que não é isso que quero para o Vasco. Se vamos mudar de ideias ou não? Logo se verá...

Mas verdade é esta: só se é criança uma vez...