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O Triângulo Perfeito

A vida de uma família perfeitamente normal

O Triângulo Perfeito

A vida de uma família perfeitamente normal

Qua | 25.09.19

Sigam as indicações de idade dos filmes!

Ana

A primeira vez que fui ao cinema com o Vasco fomos ver o Dumbo. Ele adorou não tanto pelo filme, mas por todo o ambiente circundante. Estava pasmado com aquela escuridão, o som de qualidade excelente e o ecrã gigante...
Depois disso, passados dois meses fomos ver os BICHOS. Já aqui contei que o Vasco adora esse filme! Vimos duas vezes no cinema e estou sempre a colocar no YouTube o trailler do filme porque ele pede.

Entretanto, estreou o Rei Leão e fomos ver também. Quando já estava na sala fiquei um pouco apreensiva porque este filme está mesmo realista (não tem nada a ver com os desenhos animados do nosso tempo) e a parte das lutas entre os leões e as hienas é de uma agressividade brutal. Para além disso, como devem saber o pai do rei Leão morre a meio do filme e apercebi‐me que o Vasco ficou bastante sensibilizado com isso. Passou o resto da tarde a fazer pergungas sobre o assunto o que me obrigou a ter algumas conversas sobre o tema da morte, tema esse que, confesso, teria preferido não abordar tão cedo.
Com esta situação apercebi-me que é mesmo importante seguirmos as indicações de idade dos filmes.
Com o Dumbo a idade estimada era 6 anos e correu tudo impecável apesar do Vasco só ter 3 (quase 4). Já no caso do Rei Leão a idade aconselhada era também acima dos 6 e se calhar teria sido melhor eu ter esperado mais uns anitos até deixar o Vasco ver o filme...
Entretanto, com o passar do tempo, o stress do Vasco em relação à morte do pai Leão desapareceu e agora já fala disso normalmente. Até porque são apenas histórias e filmes nada daquilo é real.
Contudo, fica aqui a dica para os pais: tentem respeitar a idade aconselhada para os filmes infantis. Existe uma diferença entre um filme para mais de 4 anos como os bichos e um filme para mais de 6 anos. E essa diferença pode não ser imediatamente percetível...mas está lá.
O vosso filho pode adorar cinema como o meu, pode portar-se super bem na sala e ficar quietinho durante toda a sessão. Pode até dizer que adorou o filme. Mas... terá maturidade emocional para compreender e aceitar tudo o que se vai passar durante a história ?
Fica a questão... 😉

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Sex | 13.09.19

Ver com olhos de VER

Ana

A caminho do infantario, diz-me o Vasco:

‐ Mamã, não vás tão rápido com o carro.
‐Porquê? Não queres ir para a escola?
- Não... não é isso. É que eu quero ver as coisas.
‐ Quais coisas?
‐ Os carros, as árvores e as pessoas. Quero ver como é que as pessoas vão vestidas.
‐ Ai sim?
- Sim. Quero ver a cor das calças e das camisolas. E como são as sapatilhas. Estás a perceber?
- Sim.
- Então não andes rápido!

Vasco... futuro designer de moda?

Qui | 12.09.19

Lei de Murpy do Pão...

Ana

Cá em casa falta sempre pão e isso é uma coisa que tira do sério. Parece que nenhuma das nossas estratégias funciona.

Se compramos pão com antecedência (tipo no dia anterior) ... na manhã seguinte esquecemos que tinhamos comprado e comemos cereais ou bolachas.

No dia seguinte, descobrimos o pão mas... já está seco!

Se não compramos pão, é certo e sabido que é nesse dia que nos vai apetecer comer.

Se compramos pão para congelar, naquela manhã estamos com pressa e nao descongelamos. Ataca-se bolachas ou cereais.
Se descongelamos o pão... esquecemos dele no microondas e só reparamos nisso à noite quando vamos aquecer a sopa ou qualquer outra coisa.

Dasss. Esta história do pão é um bico de obra!
O que vale é que o Vasco come leite com bolachas e o Xavier come papa...

Sabem do que eu tenho saudades? De quando vivia na aldeia e todos os dias o senhor do pão ia pendurar o saquinho com pães à porta de nossa casa. Isso sim, era qualidade de vida! :)

Seg | 09.09.19

Festa de fim de verão 2019

Ana

Pão. Vinho na mesa.

Risos aqui e ali. Gente que vai chegando aos poucos. 

Uns sentam-se. Outros ficam em pé, a conversar.

Panelas de ferro gigantes. Massa à lavrador. Feijoada à moda do Porto.

Coisas leves. Leves! Que isto era para ser um picnic. 

Esteve até à última para ser um picnic no campo. Mas transformou-se numa festa em casa da prima.

Mas mesmo que fosse para merendar ao pé do rio, a ementa era a mesma.

Gente do norte... gente que gosta de comer. 

Boa cama, boa mesa. Quem não é para comer, não é para trabalhar. Tudo serve de pretexto para mais um prato cheio de solas e de feijão.

Abre-se mais uma garrafa. Vinho verde fresquinho. 

O pessoal da coca-cola põe mais uma pedra de gelo no copo.

Panados para as crianças. Rissóis. Arroz com fartura. 

Mesa comprida, cadeiras de plástico. Uns sentam-se, uns levantam-se. Nunca estamos todos sentados.

Um bebé come, outro quer dormir. 

Mete-se uma piscina insuflável dentro da garagem. Os miúdos tomam banho enquanto a gente come. 

Vamos para a piscina cedo de mais. Calor aperta. Há que aproveitar os últimos cartuchos do verão.

A piscina cheia de insufláveis. O flamingo do ano passado, o crocodilo deste ano. É a selva aquática.

Atiram-se pessoas à àgua. Uns berram, outros riem-se.

Este ano salvaram-se os telemóveis. Já ninguém anda com eles no bolso: aprenderam a lição.

Canta-se aqui e a li. Põe-se a coluna de som a berrar. 

Improvisa-se uma discoteca. Os mais novos ensinam os passos de dança dos hits deste ano.

Alguém pede uma sessão de Karaoke. E alguém insiste que sem microfone não tem piada.

"Fecha a porta, apaga a luz, vem deitar-te ao meu ladooooo".

Uma prima fecha o punho e faz de conta que tem um micro. A outra agarra uma lanterna e canta sem problemas.

E ficam horas de regressar a casa. 

Colocamos os miúdos no carro, dizemos Adeus e esperamos que o portão da casa da prima abra. 

O carro desliza na estrada de paralelo da aldeia e ainda ouvimos ao longe o concerto das primas:

"Fecha os olhos, esquece o tempo, nesta noite sem fiiiiiiiim"

E é isto. 

Para o ano há mais.

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Sex | 06.09.19

Uma situação embaraçosa... (que deu o mote para um lição)

Ana

Ontem à tarde fui buscar o Vasco e o Xavier ao infantário e como ainda era relativamente cedo, fomos todos comer um gelado ao café mais próximo.

Estávamos já sentados na esplanada do café quando, sem que nada o fizesse prever, o Vasco começou a arregalar muito os olhos.
Com ar surpreso, apontava para uma mesa que estava atrás de mim, dizendo em voz alta:

- Preto!! Mamã, olha! Olha uma pessoa preta! Está toda pretinha!! Fez muita praia?

Comecei a virar os olhos para a mesa de trás, na esperança que o Vasco estivesse a referir-se à cor da roupa do senhor, mas... não. Estava mesmo a falar do tom de pele....

E ali estava um senhor, que era de facto negro, com um ar muito calmo e aparentemente absorto. A tomar o seu café descansado.
Não sei se o senhor estava mesmo distraído ou apenas a fingir que não ouvia o Vasco. Prefiro acreditar na primeira opção porque a situação era muito embaraçosa.

Comecei a dizer ao Vasco para este não apontar assim para as pessoas, e muito menos se falar do tom de pele.

- Mas por que é que não posso dizer que ele está moreno? É que está mesmo preto. Preto!!!!

(e ia aumentando o tom de voz, a modos que no café já toda a gente o ouvia).

A dada altura, percebi que não era ali, nem naquele momento que ia conseguir ter sucesso com a minha lição de moral.
Por isso desviei-lhe a atenção para outras coisas, devorei rapidamente o meu gelado e saímos o mais rapidamente do café.

Ainda olhei de soslaio para o senhor da mesa atrás, para lhe pedir desculpa pela situação, mas este continuava distraído a ler o jornal, como se nada se tivesse passado. Por isso achei que não valia a pena insistir.

Assim que chegámos ao carro, expliquei ao Vasco que há pessoas com cores de pele diferentes e que isso não tem nada a ver com a praia ou com estarem morenas.
Disse-lhe ainda que ele não devia apontar, nem gritar, nem mencionar o tom de pele dos outros.

- Imagina que ias para África onde toda a gente tem pele escura. Gostavas que de repente, no meio da rua, as pessoas começassem a olhar para ti e a gritar:
"Branco! Branco!! Olha um menino branco!"

- Não...Não gostava...

- Pois não. Isso seria muito embaraçoso, não achas? Ias ficar muito chateado.

Depois disto, conversámos mais um pouco e eu senti que o assunto ficou mais ou menos interiorizado.

Chamo atenção para um detalhe. É que na nossa cidade (uma cidade provinciana do norte do país) ao contrário de Lisboa ou Algarve, não é tão frequente vermos pessoas de outras raças e etnias.

Daí eu compreender um pouco a surpresa do Vasco, porque de facto ele nunca tinha estado frente a frente com uma pessoa com cor de pele diferente.

Mas compreender, não significa deixar passar os comentários, por isso... ontem foi dia de dar uma lição sobre aceitação, amor ao próximo, igualdade e cidadania ao meu filhote.

Qua | 04.09.19

Vamos falar de séries?

Ana

Embora o cansaço seja muito e não tenha grande tempo para o fazer, a verdade é que depois de deitar os miúdos gosto de ver algumas séries na TV. 
Anatomia de Grey está sempre na lista, assim como a Casa de Papel.
Ultimamente, descobri ainda na neflix uma série espanhola chamada VIS A VIS que adoro!

É dos mesmos criadores da Casa de Papel e tem o bonus de incluir duas das atrizes dessa série.
( A Alba Flores que faz de Nairobi está em Vis a Vis com mais um papel espetacular.)

A série relata a história de uma rapariga ingénua (tão ingénua que até cansa...) que é manipulada pelo namorado e embora inocente, acaba numa prisao de alta segurança. 
A partir daí vamos assistindo à forma como ela passa de vítima a líder da prisão. Com muitas brigas, duelos e paixão pelo meio.

Conhecem a série? 😉 Vale a pena ver!

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Ter | 03.09.19

Ele quer fazer tudo o que o mano faz...

Ana

...e isso só nos facilita a vida. 😀 

Lembro-me que foi um 31 fazer o Vasco gostar de lavar os dentes. Comprámos ene escovas de bonecos, pastas dos dentes do faisca e o diabo a quatro...

Com o Xavier foi super fácil porque ele quer imitar o irmão em tudo!

Quer brincar com brinquedos do mano (despreza totalmente brinquedos de bebé), quer comer o mesmo que o mano e até já aprendeu a beber de palhinha! Já mostra interesse na colher e quer espetar o garfo na carne... e quanto aos dentes ficou super feliz quando lhe dei uma escova.

Agora é o máximo vê-lo a subir o banquinho para escovar os dentes tal como o mano. Já houve brigas por causa do banquinho por isso acho que vou ter que comprae outro!

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Seg | 02.09.19

Primeiro dia de aulas

Ana

Miúdos na escola, tomo pela primeira vez em 15 dias um pequeno almoço descansada. Sem ter que interromper para mudar cocós, separar brigas de irmãos, dar colo, limpar sujidade do chão...

Mãe também precisa de férias. E é bom que a sociedade perceba que somos mães... não somos mártires nem candidatas a santas.😀

Vasco foi para a escola entusiasmado, sobretudo porque este ano mudou para uma sala nova. Estava ao rubro!
Ao Xavier custou mais e chorou um pouco mas sei que tudo faz parte do processo.

Tenho dois dias para descansar antes de o trabalho começar em força. E quero aproveita-los bem. Sem culpas.

Sinto que mereço este miminho porque embora adore ser mãe, também adoro todas as minhas outras "vidas". E foram dias muito cansativos os últimos. Não tive muitos momentos pata relaxar, cuidar da minha aparência ou simplesmente para estar só.

Sou um bocado eremita, e para mim a solidão nem sempre é má. Aliás fazem-me imensa falta momentos de silêncio e solidão.

Há pessoas que adoram ginásio, outras relaxam com cabeleireira. Eu gosto disso tudo, mas se me perguntarem o que mais me fez falta nos últimos 15 dias... acho que foi a falta de momentos a sós. Preciso desses momentos como de água para viver. E não consegui porque estava sempre acompanhada por 1 ou 2 miúdos.

Os miúdos vão para a escola e eu vou para o trabalho, sendo que em certos aspetos o trabalho vai saber a férias.

Acho que muitas mães percebem o que quero dizer... :)

Dom | 01.09.19

"Cenas egoístas"

Ana

Hoje ao almoço fui com o meu filho ao burger king. Pedi para ele um menu infantil e como sobremesa a integrar esse menu escolhi um gelado tipo sunday. Ele não me viu comprar o gelado porque estava a jogar uma atividade interativa que há lá no burger king.
Não resisti e enquanto ele comia os nuggets e brincava lá no tapete interativo ... comi o gelado dele!
Ah, mas foi só um bocadinho... dizem vocês. 
Não. Morfei-lhe o gelado todo. Todinho! Assim mesmo à gulosa com a colher debaixo da mesa para ninguém notar. E não fui comprar mais porque havia montes de fila para comprar refeições.

Vá... agora contem lá vocês uma cena super egoísta que tenham feito recentemente.

Serei a única a cometer estes pecados? Desbronquem-se todas. Não me deixem só nesta estrada 🍦 

#cenasegoistas #quebemquesoube #eumereço#abaixoaculpa