Os avós dos meus filhos são uma peça-chave na felicidade desta família.
Tanto eu como o meu marido temos razões para agradecer porque os nossos pais ainda estão vivos e respiram de boa saúde (com exceção de pequenas maleitas relacionadas com o avançar natural da idade).
Vivemos todos perto uns dos outros, o que é ótimo. Os meus filhos podem desfrutar do carinho, sabedoria, petiscos dos avós sempre que lhe apetece.
A isto acresce o facto de nos darmos todos bem, o que é uma raridade nos tempos que correm! :)
Tal não significa que tenhamos gostos parecidos, ou que pensemos da mesma forma. Claro que não!
Os avós paternos são mais tradicionais, conservadores, acordam muito cedo, dão importância aos costumes da sua terra e gostam de ter tudo muito organizado. São caseiros, vivem no campo, gostam de receber gente em casa, e de cozinhar aqueles pratos tradicionais que eu adoro!
Os avós maternos são mais liberais, gostam de acordar tarde, não ter rotinas fixas, nem horários estabelecidos. São mais descontraídos, vivem na cidade, gostam de ir à praia, fazer compras no shopping, passear ao sabor do momento. São experimentalistas na comida, gostam de inovar nos petiscos e também me deliciam com iguarias de fazer crescer água na boca.
Quer os avós paternos, quer os maternos adoram os meus filhos e fazem verdadeiras loucuras por eles. Mimam-nos imenso (eu poderia dizer "estragam-nos com mimos", mas aí já teria que os ouvir, eh eh), têm uma paciência tremenda e um abraço sempre pronto. Por muitas asneiras que os meus filhos façam, os avós dizem sempre que eles "se portaram muito bem". Têm uma visão distorcida da realidade, como resultado do amor imenso pelos netos.
À segunda-feira, saio mais tarde do trabalho e os avós maternos vão buscar os miúdos. À terça-feira são os avós paternos a fazê-lo.
Durante o fim de semana, sempre que necessário ficam com os pequenos, alternadamente. Ora ficam com o mais novo, para que possamos estar algumas horas a sós com o mais velho; ora ficam com o mais velho, para podermos estar algum tempo com o bebé.
Graças aos avós conseguimos dar aos nossos filhos momentos de exclusividade, apesar de não serem filhos únicos. Conseguimos também ter algum tempo para nós, como casal.
Sei que nem toda a gente tem os pais vivos, ou a morarem perto. E por isso, tenho perfeita noção que neste aspeto, tanto eu como o meu marido somos privilegiados. Sei que a vida seria muito mais complicada se não tivessemos este apoio extra, isto para não falar das saudades que teríamos a toda a hora.
Há casais que guardam os filhos para si, e eu percebo que em alguns casos tenham razões para isso. Mas defendo que os filhos não são só nossos: são nossos e um bocadinho também dos avós. Quanto mais não seja porque... se os avós não existissem, nós também não existiriamos.
No corpo dos meus filhos corre o meu sangue. Mas corre também o sangue dos seus avós e de todas as gerações passadas. Não se pode voltar as costas a este legado.
No coração de um avô cabem todos os netos. E no coração de um neto há sempre espaço para o amor desmesurado dos avós.