Já aqui falei que não sou propriamente uma apaixonada pela amamentação exclusiva. Acho giro, acho engraçado, acho super saudável, percebo que gera momentos de grande ternura entre mãe e filho, mas... não estou emocionalmente dependente desse processo.
Ou seja... basicamente: gosto de amamentar, mas se pudesse reduzir a "coisa" a 3 ou 4 vezes ao dia, já ficava satisfeita. Não precisava de mais.
Confesso: estou mortinha por aquele momento mágico de introduzir comida sólida. Até porque o processo de amamentar apesar de ser saudável traz consigo algumas sequelas:
Na primeira semana foram as dores no peito, as quais resolvi rapidamente: muito purelan na auréola e montes de palavrões à mistura. De cada vez que o miúdo mamava com mais força e as lágrimas me chegavam aos olhos, eu dava início à "roda dos palavrões".
Depois, passaram as dores e vieram as mamadas com intervalos super curtos.
Sinto sinceramente que atingi um patamar de excelência (ironia) na livre demanda, já que o baby mamava tantas vezes que eu desisti de vestir a camisola dentro de casa. Sorte que era verão...
Felizmente, não tive nenhuma mastite até hoje, mas vou acumulando outras "sequelas", como por exemplo:
- Dores nos pulsos (já aconteceu com o primeiro filho, deve ser da posição em que eu seguro o bebé);
- Dores nos músculos e articulações dos braços (idem)
- Cansaço extremo porque o baby continua a mamar com intervalos curtos (2h30/3horas)
- Falta de tempo para mim (é impossível organizar programas longe do bebé)
- Desespero por falta de horas de sono. Não imaginam o que é acordar de duas em duas horas para dar de mamar. Isto todos os dias, desde julho. Chega a um ponto em que já só ouço metade do que me dizem. Ando tipo zombie... E o meu mau feitio atinge níveis astronómicos.
Tenho visto muitos artigos pró-amamentação exclusiva,e às vezes sinto que esses artigos são um bocado "falsos".
O que é que eu quero dizer com isto?
Quero dizer que, na ânsia de convencerem as pessoas a "aderir ao leitamento exclusivo" esses artigos pecam por falta de informação. Falam nas vantagens do aleitamento materno, mas parece que passam um pano por cima das desvantagens. E elas também existem.
Portanto, o post de hoje é para vos dar uma panorâmica mais realista sobre o assunto :))
Vamos lá às vantagens de cada um dos processos. O que posso dizer-vos ( e isto vem de uma mãe que já experimentou as duas coisas, uma em cada filho) é que:
- O leite de fórmula é mais prático, menos desgastante e põe os miúdos a dormir melhor (o Vasco, com a mesma idade que o Xavier já dormia noites inteiras, era uma maravilha. Mesmo quando fazia apenas o leite em complemento da mamada, essa quantidade já o ajudava a dormir melhor)
- O aleitamento materno é mais barato (sim, temos que falar disso não é?), mais saudável para mãe/bebé e ajuda a diminuir as cólicas. Esta última vantagem é top, top, top... Quem já passou por aquela berraria de cólicas em que parece que estão a matar um porco, sabe do que é que eu falo...
Quanto a desvantagens...
- O leite de fórmula implica mais gastos e traz consigo uma logística própria (temos que andar sempre com o leite e os biberões atrás de nós). Para além de que gera mais gases e cólicas. Acrescento ainda que o leite de fórmula não é mais de que uma receita de laboratório. Por muito que se tente, a "fórmula" nunca será igual ao leite materno.
- O aleitamento materno é mais desgastante para a mãe porque o bebé vai acabar por mamar mais vezes e É UMA SECA. E o bebé dorme pior. Se acontecer como o nosso bebé que rejeitou o biberão, então é de loucos. Porque o vínculo mãe-bebé é impossível de desfazer e temos que andar com o baby para todo o lado (idas ao cinema é para esquecer, ah ah).
Apesar de tudo sou super a favor do aleitamento materno e voltava a repetir tudo de novo se fosse preciso (és muito masoquista rapariga...)
No meu caso, as vantagens do aleitamento (bebé saudável e zero cólicas) acabam apesar de tudo por superar as desvantagens. Embora seja um sacrifício (então a parte do dormir pouco, oh my god...) acredito que em breve as coisas vão melhorar e sei que um dia, me vou sentir orgulhosa e feliz por ter conseguido fazer isto (para já sinto-me apenas esgotada).
Adiante...
Apresentei aqui as vantagens e desvantagens de cada processo. Agora fica a cargo de cada um decidir o que é melhor para si. Todas as opções são válidas e aceitáveis. E o que é melhor para mim, não tem necessariamente que ser o melhor para os outros :)
E pronto. Mais um post enorme...
Tenho a capacidade de síntese do Bruno de Carvalho. E pensar que este era apenas um post sobre as sequelas da amamentação :))