Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O Triângulo Perfeito

A vida de uma família perfeitamente normal

O Triângulo Perfeito

A vida de uma família perfeitamente normal

Sex | 30.11.18

E foram... MISERÁVEIS para sempre?

Ana

"Quer salvar o seu casamento? Então não tenha filhos." 

É com este título sugestivo e até mesmo um pouco assustador que começa um artigo que encontrei no The Guardian :)

 

"Comparando casais com filhos com casais sem filhos, os dados revelam que o declínio na satisfação amorosa é duas vezes superior nos primeiros.", revela o mesmo artigo.

 

A ideia resulta de vários anos de estudos sobre dinâmica familiar.  Mas também não era preciso tanto, eh eh. Basta perguntarem a qualquer casal com filhos e eles contam-vos logo como a vida íntima ficou um caos depois da paternidade.

"As famílias têm grandes expetativas em relação ao bebé", continua o artigo. "Mas há medida que os laços entre mãe e criança crescem, os laços entre o casal tornam-se mais ténues."

Em muitos casos, os membros do casal deixam de ser amantes para se tornarem simplesmente pais. "Mensagens românticas e amorosas no telemóvel, são substituídas por mensagens tão frias como uma lista de mercearia". (vocês pais, sabem do que falo, né?)

 

Até aqui nada de novo... mas leiam o que nos diz a parte final deste artigo!... (espero que tenham lido até aqui para saberem agora a parte chocante)

 

"Há medida que o número de filhos aumenta, cresce a insatisfação do casal face ao casamento mas... diminui a probabilidade de o casal se divorciar". 

 

Esta afirmação baseia-se nas estatísticas do Reino Unido, mas em Portugal acontece mais ou menos o mesmo (encontrei estes dados de 2001).

Portanto, quanto maior o número de filhos, menor é o número de divórcios. É um bocado estranho e um tanto ou quanto irónico!

Os filhos são geradores de stress entre o casal, e há imensos estudos que o confirmam (olhem aqui este tãoooo giro) mas parece mais fácil quebrar os laços quando há apenas um filho. Quando são muitos filhotes, o casal tende a ficar unido mesmo não estando satisfeito com a relação. 

Acho que é isso que chama... "acomodar-se". E é com base nessa realidade que o artigo do The Guardian termina dizendo:

"So, having children may make you miserable, but you’ll be miserable together."

Qualquer coisa como: ter filhos faz-nos sentir miseráveis, mas preferimos ser miseráveis juntos ".

Seria poético se não fosse tão estúpido. E um pouco triste, não acham?

Sex | 30.11.18

Por esta não esperava...

Ana

O Xavier tem-se revelado um valentão. Um bebé saudável como tudo, simpático e bem desenvolvido.

Infelizmente, o nosso El Dorado terminou hoje. O Xavi apanhou a gastroenterite que, há cerca de uma semana o mano mais velho "trouxe" do infantário e... estamos a caminho do hospital.

O meu bebé tem febre e vomita o leite quase todo. É um desespero vê-lo assim. 

Têm sido dias difíceis para a nossa família. Ora fica um doente, ora fica outro. 

Precisamos todos de um pouco de paz e descanso.

Fica bom depressa, Xavi! Queremos ver de novo o teu sorriso! :(

Qui | 29.11.18

Sangue do meu sangue

Ana

Quando eu era pequena, a minha mãe adorava tirar-me fotografias, mas eu fugia dessas sessões a 7 pés.

Detestava fazer pose, destestava vestir roupinhas... aquilo para mim era um tédio.... E era bem visível o meu "amuanço" nas fotografias. Ficava sempre de trombinhas, ah ah!

 

Esta semana, a minha cidade estreou a decoração de Natal e achei que era engraçado tirar algumas fotografias ao Vasco tendo como pano de fundo as luzinhas e as várias atrações da época (comboio do natal, carrossel, etc)...

Ele não estava para aí virado e, ao ver estas imagens constatei que ele é mesmo "sangue do meu sangue".

Olhem só para o ar enfadado deste miúdo! :)) Não há dúvidas que sai à mãe.

 

IMG_1156.JPG

Qua | 28.11.18

Eu peticiono, tu peticionas...

Ana

Não sei se o verbo existe. Mas achei que era um título adequado ao que vou dizer-vos a seguir.

Lembram-se de ter apelado aqui no blogue à assinatura de uma petição a favor do alargamento da licença parental? 

Depois de eu mesma ter assinado, fiquei a pensar neste assuntos das petições e fui pesquisar.

Descobri coisas interessantes e outras extremamente parvas.

Seguindo a velha tradição jornalística  do triângulo invertido e blá, blá, blá... vou começar por aquilo que nos interessa... as coisas parvas! :)

 

Petições estranhas, petições sem interesse ou apenas meramente estúpidas:

Quando uma pessoa pensa numa petição, pensa sempre em assuntos sérios ou, pelo menos, temas que afetem o nosso bem estar. Mas o que eu vim a descobrir é que há petições para todos os gostos... 

Vagueando pelos sites de petições, descobri algumas importantes, como esta, esta e esta (podemos concordar ou não concordar com o conteúdo, mas  pelo menos o assunto é digno de interesse).

 

Mas depois... muahahaha...  encontrei coisas que me deram mini-ataquinhos cardíacos, a saber:

 

Margarida nos Morangos com Açúcar - seja quem for, não acho que seja assunto para entreter os nosso deputados. Depois queixam-se que não se falam de temas importantes na assembleia...

Pelo fim da utilização de matilhas na caça: Portanto, deixem-me ver se percebi... não há problema em caçar, matar animais por gosto, fazer sofrer os bicinhos só por diversao, MAS... MAS... há problema se isso for feito por matilhas. Ok.

VEGANAO:  Esta faz-me rir! Cliquem no link e leiam tudo, desde a decrição aos hastags. Está engraçadinha... tirando o facto de o assunto não ter o menor interesse...

Criar o emoji do Shrek no ZapZap: Não sei que diga...

Petição para o Borges parar de jogar: Tenho a certeza que o Borge vai ficar muito feliz quando souber disto kk.

(esta duas últimas foram em sites de petição do Brasil, mas dá para ver que o nível é o mesmo kkk)

 

Agora coisas interessantes:

A verdade é que qualquer pessoa pode organizar uma petição. É um direito universal e gratuito, previsto na Constituição e na Lei n.º 43/90, de 10 de agosto.

Existem atualmente sites de internet muito práticos para criar petições como este aqui

A petição pode ser divulgada por mail ou nas redes sociais e é muito simples de assinar. Normalmente, a pessoa só tem que clicar no link e preencher alguns (poucos) dados pessoais.

Qualquer petição subscrita por um mínimo de 1000 cidadãos é, obrigatoriamente, publicada no Diário da Assembleia da República e os peticionários são ouvidos em audição na comissão.

Se a petição for subscrita por mais de 4000 cidadãos, é apreciada em Plenário da Assembleia. Wow!

Isto é muito fixe, não acham? Porque a bem dizer, não deve ser assim tão difícil arranjar 4000 assinaturas.

 

Agora que sabem isto tudo... pensem naquilo que mais gostariam de ter e... toca a criar uma petição. Mas por favor, não matem a cabeça dos deputados com coisas tolas. Até porque eles andam muito ocupados a arranjar as unhas a decidir o futuro da nação.

 

Ter | 27.11.18

A Ciência da Maternidade

Ana

Há duas ou três semanas, estava a fazer zapping na minha TV quando de repente me apareceu este documentário na RTP2.

O tema interessava-me bastante por isso deixei-me ficar a ver. Infelizmente só esteve disponível na RTPplay até 17 de novembro, por isso não sei como vos mostrar :(

 

Como sou bióloga de formação, já sabia que algumas reações das mães têm uma explicação fisiológica.

 

Já sabia que nós, mulheres, estamos biologicamente programadas (através de hormonas e mecanismos cerebrais diferenciados dos homens) para uma série de comportamentos de proteção face aos filhos, que condicionam a experiência de maternidade. 

 

Mas gostei de aprofundar conhecimentos nesse tema. 

 

Sabiam, por exemplo, que o cérebro das mulheres reage de forma mais intensa ao choro de um bebé, comparativamente com o cérebro dos homens?!

 

Este documentário fala de um estudo que provou isso mesmo: puseram homens e mulheres a ouvir vários sons da natureza, medindo as reações cerebrais através de eletroencefalograma (ou algo parecido, não sou muito entendida no assunto).

 

O que se descobriu é que o cérebro dos homens reagia praticamente da mesma forma a todos os sons que passaram. Já o cérebro das mulheres ficava mais "alerta" e alterado assim que a mulher ouvia o choro de um bebé.

 

Para confirmar estes dados, o mesmo estudo filmou homens e mulheres e a sua reação perante o choro dos seus próprios filhotes. 

O documentário dá o exemplo de uma das famílias que foi filmada...

Estavam a tomar o pequeno-almoço. Um dos bebés (que estava numa cadeirinha no chão) chorou várias vezes e a mãe levantou-se sempre da mesa para lhe dar atenção. Já o seu marido, embora fosse um pai muito presente (isto dito pela própria mãe) nunca se levantou do seu lugar, continuando a comer. 

 

Mais tarde, confrontado com as imagens filmadas, o marido ficou surpreendido aos constatar que a sua esposa se levantou 3 ou 4 vezes! Confessou que nem sequer se tinha apercebido que o filho bebé estava a chorar, daí não se ter levantado.

A verdade é que nem sequer tinha ouvido e as imagens mostram isso. Ele está a comer e não dá por ela de nada :)

Estes dados vêm fortalecer a ideia de que as mulheres são geneticamente mais sensíveis aos sons do bebé do que os homens. Sendo que estes últmos estão, por outro lado, biologicamente preparados para outras atividades como a defesa da prole e a caça. 

Isto poderia levar-me a discussões de carater feminista e não quero muito entrar por aí hoje.

Digo-vos apenas que defendo que haja respeito pela mulher, assim como igualdade de oportunidades, mas... não defendo que as mulheres sejam iguais aos homens em termos biológicos. Porque não são.

E essas diferenças biológicas, quer as pessoas queiram, quer não... vão refletir-se em vários aspetos da vida quotidiana e profissional.

Outro tópico interessante deste documentário foi a análise da taxa de divórcios consoante a idade dos filhos.

Segundo os dados, a maior taxa de dvórcios ocorre nos primeiros dois anos de vida dos filhos. Ou seja, os primeiros dois anos de maternidade são os mais difíceis e tensos entre o casal.

Casais com filhos de 4 anos, já se divorciam menos do que aqueles com filhos de 2 anos. E casais com filhos de 6 anos já se divorciam menos que os de fihos de 4 anos.

Basicamente, o que eu percebi é que, se um casal conseguir ultrapassar a barreira dos 2 anos do filhote... está safo! :))

Agora a sério... vejam o documentário, tentem encontra-lo ou descobrir alguém que tenha gravado e tirem as vossa conclusões. E digam-me o que acham. Estou aberta a comentários, e opiniões diferentes da minha.

Abraço pessoal!

Seg | 26.11.18

Marquei falta disciplinar ao Pinheiro

Ana

46804259_814443008898241_26099996566749184_n.jpg

Sabem o que acontece quando um pinheiro de natal se porta mal? Eu digo-vos: vai para a rua...

Marquei falta disciplinar ao meu pinheiro por contínua largada de neve artificial no meu chão, roupas e tapetes da casa. Plus quase intoxicação de gata gulosa.

Agora dorme ao relento na varanda e vai ficar lá até aprender boas maneiras (meaning: perder a neve toda por ação de agentes erosivos como chuva e vento)

Estou revoltada. Isto não acontecia em minha casa, se a fábrica lhe tivesse dado maneiras!

Está algo a falhar no sistema educativo dos pinheiros e a gente é que paga... :)) 

A parte boa: tenho a varanda mais interessante da minha rua neste momento.

#problemasdesesperantes #medidasdesesperadas

Dom | 25.11.18

Andamos a mendigar por migalhas!

Ana

3.png

Vasco chegou agora do hospital onde passou a noite internado devido a uma gastroenterite severa. Mais uma, no espaço de apenas 3 semanas. Contraída na escola.


Sabem aquela história do "ah e tal, os miúdos devem ir para o infantário o mais cedo possível para apanharem as doenças e ganharem imunidade"? 


Discordo totalmente. 


O meu filho anda há 3 anos no infantário. Entrou com 8 meses e até agora não ganhou imunidade nenhuma.

Aliás, pior do que isso!

À custa de tantas viroses, está neste momento tão debilitado que eu acho que ainda tem menos imunidade do que tinha quando ingressou na escola. É que nem as rotateq e as rotacoiso nos salvam...


Por isso é que nós mães, temos que lutar!

Temos que meter mãos à obra pelo alargamento da licença parental.

Quanto mais tempo os nosso filhos ficarem em casa melhor é. Claro que a partir dos 3 anos é outra história, porque há competências importantes que se adquirem a partir daí e também é importante socializar. Mas até aí... não há nada como o aconchego da família.


Há países em que as mães têm 3 anos de licença (3 anos!) e em Portugal andamos a mendigar por mais um mês. A fazer petições para que a licença seja de 6 meses e não 5... Andamos a mendigar por migalhas e até isso nos negam...


É triste. Muito triste. 


Nem toda a gente tem possiblidade de deixar os filhos com os avós. É o meu caso.

As pessoas que não têm backgroung para deixar os bebés ou que não têm dinheiro para estender a licença (sim, porque podemos estende-la até 8 meses, mas ficamos apenas a ganhar 25% do salário o que é o mesmo que nada...), são obridados a deixar bebés de poucos meses, em pleno inverno, na creche. No auge das gripes e das constipações.


É este país que temos.

Um país que tem uma baixa taxa de natalidade e pouco faz para incentivar os casais a terem mais filhos. Está provado que nos 2 primeiros anos, o lugar dos bebés ao pé das suas mães. Por várias razões, como o desenvolvimento do sentimento de segurança, a vinculação e a proteção contra doenças. 

Respeito totalmente o trabalho das auxiliares e educadoras que tudo fazem (e bem!) para dar conforto aos nossos filhotes, mas se pudesse escolher ficaria com eles em casa durante mais tempo.

Admiro o trabalho (e que trabalho!) feito nas creches, mas a verdade é que são várias crianças numa sala e acredito que seja impossível dar muita atenção a todas. Respeitando, por exemplo, a sua personalidade e rotinas e ritmos individuais. 


Até quando vamos andar a mendigar por um Portugal melhor?! Até quando vamos andar nisto?

Com o mais velho doente em casa quase sem comer e o mais novo (que ainda mama em exclusivo) a poucas semanas de ingressar na escola... estes são os meus pensamentos de hoje.

Se concordam comigo e se acham que a licença parental deve ser alargada pelo menos mais um mês... assinem por favor esta petição. Aproveitem para ler o texto introdutório à mesma, que é bastante esclarecedor.

https://participacao.parlamento.pt/initiatives/22?fbclid=IwAR3FJ8BhidX8bnW76hw6PuUpPe199Ejif02dG1dnh5-YFGxsohHRtbEPax0

 

Mesmo que o alargamento da licença seja alargado, para mim já não irá a tempo. Mas pode ser que outras crianças no futuro possam vir a beneficiar com esta medida.

Abraço, pessoal!

Sab | 24.11.18

Vida de Mãe #2

Ana

Quarta-feira/Expetativas:

- E se fôssemos ao restaurante de sushi que tu gostas tanto no sábado ao almoço? Os miúdos podiam ficar uma ou duas horas em casa dos avós e nós iamos relaxar um pouco. Fazia-nos bem...

- Fixe! Boa ideia!

 

Sábado/Realidade:

- Vou levar o Vasco ao hospital porque a febre não desce.

- Ok, eu fico aqui em casa com o Xavier,  não convém ele ir para o meio dos vírus e das bactérias do hospital. Entretanto ligo-te para trocarmos posições. Há bife de perú que fiz agora e resto de massa de ontem. 

- Ok. Vamos trincar qualquer coisa que o dia vai ser longo.

- Certo.

 

 

 

Sex | 23.11.18

Vou ser uma dona Glória

Ana

Deixei os babys durante umas horas com os avós e... pasmem-se. Sabem o que é que eu fui fazer com esse tempo livre?

Dormir? Ir às compras? Arranjar as unhas?

Eh eh. Não. Basicamente, fui arrumar a casa.

Aqui a "dona de casa desesperada" resolveu aproveitar o tempo para aspirar (sim, continuamos a ter neve aos quilos cá em casa), estender roupa, apanhar roupa seca e pôr roupa a lavar.

Eu nem acredito que usei o meu precioso tempo, as minhas duas horinhas zen para fazer arrumações. Quando podia estar a fazer coisas bem melhores... ou não.

O "ou não" tem a ver com um aspeto da minha personalidade que  sinto que está a ficar cada vez mais  vincado: é a mania da arrumação. É uma coisa assustadora. Eu não era assim!

Sempre gostei de ter as coisas organizadas, mas não era obcecada. Mas ultimamente tenho notado que a desarrumação e o caos me põem nervosa. E quando eu digo nervosa é mesmo stressada e com taquicardia (não estou a brincar). Com vontade de me sentar num banquinho a agitar aqueles leques de madeira com motivos orientais.

Como devem imaginar, com duas crianças, é natural que a casa a esteja um bocado caótica. E isso enerva-me cada vez mais. Não devia ser o contrário?

É como se eu tivesse um bichinho cá dentro, uma espécie de monstro do aspirador que fica SUPER chateado quando as coisas estão fora do sítio. 

Noto que estou sempre a arrumar coisas, a guardar brinquedos e a organizar tudo. A comprar "caixinhas" para meter tralha e caixinhas para meter as caixinhas... help!

Ás vezes, o miúdo está a brincar e quando se vira para o lado... pimba! Já eu estou a arrumar o que ele acabou de meter em cima do tapete.

Sabem aqueles textos que agora andam na moda e que dizem algo do género:

"Mãe... não arrumes... deixa a casa num caos e vê mas é se dás colo aos teus filhos...porque os filhos precisam de colo, blá blá, corações corações corações emoji corações"?

Pois. Mas eu não consigo fazer isso. Consigo dar colo, e faço isso muito bem. Mas não consigo ter a casa num caos.

 

E com isto sabem do que é que eu me lembrei? Tcharam!!

 

Lembrei-me que estou cada vez mais parecida com a minha mãe...aquela mãe que eu acusava de ter a "mania das limpezas".

Aquela mãe que também me comprava baús para meter a bonecada toda. Aquela mãe que transformou a nossa casa de banho suplente...  num quarto de brincar (tirou-lhe as sanitas e os lavatórios e meteu lá os meus brinquedos para ficarem mais "organizados").

Aquela mãe chata que eu endava a estudar para os exames e ela dentro do quarto a passar-me o raio do pano do pó não sei quantas vezes às frente do focinho. E a enfiar-me o puto do aspirador debaixo da secretária. E a dizer "encolhe os pés AGORA que eu vou aspirar aí por baixo da cadeira"! 

Sabem aquela mãe que me metia tantos nervos? Que me fazia chorar de raiva por ser tão clean adicted?

A dona Glória... a minha mãe. Cheguei à conclusão que estou cada vez mais parecida com ela, cada vez mais stressada com esta história da arrumação. Deve ser genético.

E com isto, lembrei-me desta música. A música da "dona laura" e deste refrão que nos toca a todas, filhas ingratas que não davam valor ao facto de a casa estar um brinco.

 

"Aproveita agora
Que há-de chegar a hora
Que não poupa ninguém
Vais ser igual à tua mãe
A filha pela trela
Repete-se a novela
Um dia vais ser tão Dona Laura como ela"

 

Estou a tranformar-me. E está a ser uma metamorfose muito rápida, sou a borboleta mais speedada do mundo.

"Repete-se a novela" e um dia vou ser tão chata, organizada, limpa e picuinhas como a minha mãe. Um dia vou ser tão arrumada (quem dera) como ela. Tudo, tudo se vai repetir. E não faz mal. Já me imagino (muahahahah) de aspirador em punho a moer o juízo aos meus filhos.

E agora podia pôr aqui outra musiquinha, tipo o Circle of Life do Rei Leão, para dar aquela ideia de que tudo se repete e é tão lindo e maravilhoso e... não, não vou pôr mais música. Já chega :))

Fim do post. Vou limpar o pó.

 

Qui | 22.11.18

Pinheiro amaldiçoado

Ana

Comprámos um pinheiro de natal novo. É grande e vem coberto de neve artificial para ir de encontro às especificações do Vasco.

Neste momento, tenho o chão da cozinha cheio de flocos de neve que se estão a soltar do pinheiro. A menina da loja já me tinha avisado que "ia sair muita neve, ao retirar da caixa" mas nunca pensei que fosse tanta...
Isto é melhor que ir à Serra da Estrela... Está tudo branco, inclusivamente as calças e a camisola nova com que estava vestida quando desempacotei o pinheiro.

É uma nova dimensão no "ir para fora, cá dentro". E sempre está mais quentinho dentro de casa do que lá em cima na serra!


Xau, xau! Vou ali chafurdar na neve-de-origem-sintética-desconhecida-e-provavelmente-nociva-para-a-saúde-respiratória-e-afins...😀


Depois... vou varrer tudo. E dizer palavrões. Por ter o chão da cozinha todo borrado e a gata a vomitar bolas de pêlo made in china por toda a casa.

 

Pág. 1/3