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O Triângulo Perfeito

A vida de uma família perfeitamente normal

O Triângulo Perfeito

A vida de uma família perfeitamente normal

Sab | 29.09.18

Preciso urgentemente de atualizar o sistema!

Ana

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Ontem, o triângulo deixou-me. E a casa, pela primeira vez em muitos meses... ficou em silêncio...

Marido e dois filhos rumaram, pelas 19 horas, a casa da avó. Um, para ver futebol; outros, para brincar um pouco.

O objetivo desta evasão? Proporcionar aqui a esta mãe cansada uma noite de verdadeiro relaxamento.

 

Fiquei sozinha em casa durante 3 horas. Yeiiiii!!!

Obrigada aos três homens da casa por me terem proporcionado um momento destes eh eh.

 

Claro que tudo isso exigiu uma preparação prévia pois o Xavi ainda é amamentado em exclusivo.

Tive a ajuda da bomba extratora de leite da Medela com a qual consegui um biberão de leite para o bebé tomar na casa da avó.

 

Fiquei todo o dia a pensar de que forma iria aproveitar o meu momento zen.

Dormir? Bem precisava!

Ir ao ginásio? Idem, aspas...

Mas acabei por fazer algo mais simples: um banho demorado, e um serão no sofá a devorar séries.

Tudo isto intercalado por um jantar à minha moda (podem ver uma parte desse jantar no instagram aqui do blogue e, já agora, cliquem lá para seguir, que aquilo anda pobrezinho...)

 

Pus-me a ver a Anatomia de Grey, série que adoro, mas que não tenho oportunidade de seguir atentamente desde que o Vasco (filho mais velho) nasceu.

Estava muito descansada a ver a série quando de repente me apercebo que... oh, não...

 

O DERECK MORREU??

O MC DREAMY MORREU??

 

Isto serve apenas para vocês perceberem o meu grau de desatualização "serial". Eu não sabia que uma das personagens principais da história tinha morrido.

 

Quando o marido chegou a casa, comentei com ele. 

- Olha, sabias que o Dereck da Anatomia de Grey morreu?

Resposta:

- Sim, Ana. Isso já foi há muito tempo.

- Mas... mas... segundo a série parece que foi recente,,,

Nova resposta:

- Ana, estás a ver uma reposição da temporada. Acredita... o Dereck já saiu da série há 3 anos.

 

E pronto. Foi assim que concluí que o meu disco interno já não é atualizado desde 2015, época  que o filho mais velho nasceu. Fiquei a pensar que mais coisas terão acontecido no mundo, entretanto, sem que eu me tivesse apercebido :))

Futuras mães... preparem-se...! É assim que vocês vão ficar após o nascimentos das vossas crias: sem tempo, sem descanso e... completamente desatualizadas.

 

Tenho dois filhos. 

Tomo banho quando calha. Como latas de atum ao almoço. Não consigo fazer dieta e sinto-me uma vaca leiteira.

E o McDreamy está morto. 

O McDreamy está morto!!!

 

O (meu) mundo está perdido...

Qua | 26.09.18

Ganhou o "Não"

Ana

Depois da grande adesão à sondagem "venderiam o vosso vestido de noiva?", senti que tinha que analisar e mostrar os resultados.

Pelas minhas contas (e olhem que até usei uma grelha de excel para não me enganar, ah ah) cerca 50% dos comentadores seria incapaz de vender o vestido, ora por ter valor sentimental, ora porque os familiares iriam ter um colapso (achei piada a este motivo), ora porque planeiam usar/usaram o modelito (alterado) noutras ocasiões/cerimónias.

O "talvez" colheu os votos de 30% dos cibernautas. São pessoas que à partida não venderiam o vestido, mas não teriam qualquer problema em fazê-lo em caso de (1) divórcio (2) falta de espaço (3) falta de dinheiro ou até mesmo (4) como forma de ajudar outras pessoas.

Os restantes 20% optaram pelo "sim" à venda do vestido. Não teriam qualquer problema em livrar-se dele pelas razões acima referidas, mas também pelo facto de acreditarem que as memórias estão dentro de nós e não nos objetos. 

Claro que o post continua aberto a comentários e dentro de dias/anos estas percentagens podem ser um pouco diferentes, mas segundo os meus cálculos estes foram os resultados obtidos.

 

Qua | 26.09.18

Obrigada Sapo

Ana

Obrigada ao Sapinho pelo destaque de ontem. Foi muito bom ver o meu post na lista dos mais lidos e ter recebido tanto feedback acerca dele. 

Ao todo foram mais de 3000 visitas e quase quarenta comentários. Para um blogue modesto como este é... foi um acontecimento extraordinário... :)

Melhor ainda foi ter tido a oportunidade de ler opiniões tão diferentes acerca do mesmo assunto, mas tudo isto num clima de respeito e cordialidade. 

Em breve publicarei aqui os resultados da sondadem "Venderiam o vosso vestido de noiva?". 

Para já, fica apenas o meu agradecimento ao SAPO e a todos os que arranjaram um tempinho para comentar o assunto.

Abraço! 

Seg | 24.09.18

Venderiam o vosso vestido de noiva?

Ana

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Aqui há dias fui à plataforma OLX para colocar uns artigos à venda (roupinhas do bebé, essencialmente) e acabei por andar por lá durante um bocado. A passar tempo e a cuscar outros artigos que me poderiam interessar.

Ao fazer scroll na página deparei-me com um anúncio (para mim) fora do comum: uma rapariga estava a vender o seu vestido de noiva.

Foi a primeira vez que vi um vestido de noiva usado à venda no OLX. Talvez para muitos de vocês seja normal, mas eu nunca me tinha deparado com a situação e achei caricato.

 

(Depois disso, fui pesquisar e descobri que afinal há imensa gente a vender vestidos de noiva usados no olx, eu é que nunca tinha visto. Mesmo assim continuo a achar fora do vulgar)

 

Não sou casada (embora vivja em união há vários anos), mas dou valor à instituição "casamento". Não fantasio com o assunto, mas também não sou daquelas pessoas que fecha a porta a essa opção ;)

Não sendo absolutamente necessário (acredito que o amor de um casal não se mede por aí) o casamento poderá ser mais um passo para selar um compromisso forte. E, não me venham com tretas... deve ser um momento memorável!

Acho imensa piada à festa, aos preparativos e... ao vestido de noiva.

Por tudo isto, muito honestamente, não consigo imaginar-me a "livrar-me" do vestido depois do casório. 

Não sei... acho que é daquelas coisas que, embora não tenha utilidade nenhuma, todos nós gostamos de guardar para recordação. 

 

Eu sou muito de guardar memórias. Seja em pensamentos, seja em objetos. Tenho caixas e caixas com pequenos artigos que, numa fase ou outra da vida, foram importantes para mim. 

 

Guardo postais de aniversário (do tempo em que ainda os escrevíamos), telegramas do meu pai que morava longe, trabalhos que fiz na escola preparatória. Guardo os meus cadernos da primária e duas ou três bonecas da minha infância (as poucas que consegui agarrar antes de a minha mãe ter dado o meu arsenal de brinquedos à miudagem lá da rua). 

Guardo areia da praia em frasquinhos, com etiqueta a dizer em que ano foram aquelas férias!

Guardo a pulseira de corda que a minha mãe me comprou um dia na feira de artesanato e que já não me não me serve no pulso. Mas guardo, porque a minha mãe me disse que me iria dar sorte e que seria uma espécie de amuleto. 

Por tudo isto... sinto que sim. Muito provavelmente, eu seria o tipo de pessoa que guardaria também o vestido de noiva. Mesmo sabendo que não iria usa-lo nunca mais.

Por outro lado, também percebo a lógica das pessoas que o vendem. É um artigo valioso, que pode render alguns trocos e ao mesmo tempo, ajudar a desimpedir o armário. 

 

Portanto...  é um post sem qualquer tipo de moralismo. À partida, eu não venderia o vestido, mas... aceito quem venda. Cada um terá as suas razões.

 

E vocês, seriam capazes de vender o vosso vestido de noiva?

Colocariam no OLX, ou prefeririam manter a venda mais privada? 

 

Digam-me coisas! :))

Não me deixem aqui a pensar que sou uma "ave rara" por achar engraçado ver vestidos de noiva à venda no OLX...

Já agora, faço outra sondagem... Que artigos estranhos já viram à venda no OLX (ou noutra plataforma desse género)?

 

 

Sab | 22.09.18

Atividades Extracurriculares: o que escolher?

Ana

Com a entrada no jardim de infância, ficaram à disposição do Vasco novas atividades extracurriculares.

A escola do Vasco disponibiliza Ingês, Música, Educação Física, Yoga, Dança Contemporânea e Patinagem. 

Depois de muito pensarmos, optámos pela Música, pela Educação Física e pelo Yoga. Mas foi uma decisão difícil e ainda estamos a pensar se teremos feito bem em excluir as outras...

Estivemos vai-não-vai para o inscrever no inglês, mas como o Vasco ainda só tem 2 anos (embora faça 3 brevemente) achámos que não haveria mal em adiar mais um pouco. O que acham vocês? :) Na turma dele, muitos meninos se inscreveram.

Em relação à dança, nós pais, achámos que seria engraçado! Mas quando lhe falámos do assunto ele não deu grande feedback em relação à aula experimental em que participou.

Quanto à patinagem, houve também uma aula experimental nas instalações da escola, mas o nosso rapaz não chegou a casa muito entusiasmado. 

Puxei por ele (porque sinceramente acho que patinagem seria uma atividade muito gira e cá na zona há uma grande tradição em relação ao hoquei em patins), perguntei-lhe coisas sobre os patins, mas... não tive grande reação.

A única coisa que ele me disse é que... os patins tinham rodinhas. Ok, ah ah. Obrigada pela informação :))

Por isso ficámos, para já, com as atividades que mencionei acima.

Todas elas decorrem no espaço da escola, são as chamadas AECS. 

 

E vocês? Estão a pensar inscrever os vossos filhotes em alguma atividade da escola? 

Se sim, em qual? E porquê?

 

Que atividades aconselham a um miúdo de (quase) 3 anos, como o meu?

Estará a escapar-me alguma coisa? :))

 

Muito honestamente, a minha vontade era inscreve-lo em todas, mas também quero que fique com momentos livres para brincar a sério. Afinal de contas, a brincadeira é a atividade fundamental nesta fase.

 

Fico à espera de feed-back da vossa parte. Estou muito recetiva a sugestões! 

 

Qui | 20.09.18

Manhãs com dois filhos

Ana

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Quando as manhãs correm bem, o Xavier acorda pelas 6 ou 7 da manhã. Dou-lhe de mamar e, em seguida, ele adormece num sono repousante. 

Durante a meia hora seguinte, despeço-me do marido que vai trabalhar, preparo um café bem quente e faço torradas com manteiga.

Sento-me no sofá a comer e a curtir o silêncio, e deixo os pensamentos voarem. Esta será a meia hora mais tranquila do meu dia. O ponto alto do meu nirvana.

Entre as 8 e as 8.20h, acorda o mano mais velho, o Vasco.

Dou-lhe leitinho num biberon que já tive tempo de preparar e faço-lhe pequenos quadrados de torrada com manteiga. Ele devora tudo sem reclamar e ainda pede mais.

Levo-o ao pote ou à sanita para fazer chichi, visto-o com as roupas já escolhidas na noite anterior e, enquanto faço isto tudo, o mano mais novo ainda dorme, sedado pelo "efeito maminha".

Consigo brincar um bocadinho com o Vasco no tapete da sala e, quando se aproximam as 9.15 da manhã saímos de casa todos juntos rumo ao infantário. 

O Vasco está bem disposto e não faz birra para se sentar na caderinha do carro e o Xavier ainda dorme (ou então está acordado mas muito bem disposto). 

A viagem de carro até ao infantário é sossegada e aproveito esses últimos minutos para conversar com o Vasco. 

Chegando à escola, despeço-me com um beijinho e...o Vasco entra para a sala dele todo contente. 

Sim, isto acontece muitas vezes. E é uma delícia!

Mas outras vezes, as manhã são do mais stressante que há.

 

Quando as manhãs correm mal, o Xavier acorda pelas 6 ou 7 da manhã, mas... não quer mamar. Fica acordado e quer brincadeiras, colo e miminhos.

Ocupada com ele, acabo por não conseguir tomar o pequeno-almoço e adio o meu milagroso café para outra altura do dia.

Entre as 8 e as 8.20 acorda o mano mais velho, o Vasco. Nada de novo. Mas aqui as coisas começam a correr mal, nesse preciso momento o Xavier lembra-se que afinal tem fome e... quer mamar. 

O Vasco acorda a berrar pelo pai e não quer que seja eu a prepara-lo para a escola. Diz que não quer leitinho e torradas muito menos. Estou com o mano ao colo a dar de mamar em pé, enquanto vou conversando com o Vasco no quarto dele. 

Finalmente, acede a beber o leitinho, mas não quer vestir a roupa que eu escolhi. Depois de muita conversação, chegamos a um meio termo e lá se consegue vestir o rapaz. 

Pouso o Xavier no carrinho e este começa a chorar sem perceber porque é que a "mamada" ficou a meio. Não há nada a fazer: preciso das mãos livres para vestir e pentear o mano mais velho e, infelizmente, ainda não percebi como é que se dá de mamar num sling.

Vasco arranjado, volto à carga com o Xavier e recomeço a mamada. Sento-me no sofá da sala com um, enquanto o outro me puxa para brincar no tapete. 

Com o Vasco a chorar por falta de atenção, uma vez mais, arranjo um meio termo e digo ao Vasco para vir brincar comigo no sofá. É uma loucura, uma operação arriscada brincar com um enquanto dou de mamar ao outro. Vejo carrinhos e bonecos a passarem a alta velocidade a milimetros da cara do bebé (que está a mamar) e estou sempre a pensar que um dia a coisa vai correr mal.

Vasco não se contenta em brincar no sofá, quer ficar mesmo colado a mim.

Por isso ficam três pessoas praticamente espremidas num canto do sofá (eu, Vasco e Xavier) quando podiam estar todas à vontadinha, pois o sofá é grande :))

Terminada a amamentação (com Xavier maldiposto porque não gostou de tantas paragens e barulho de fundo) coloco Xavi no carrinho e seguimos todos para a escola. 

No caminho, está um trânsito infernal porque é Dia de Feira cá na terra e demoramos imenso tempo a chegar. Xavier chora todo o caminho porque detestou a mamada, e entretanto percebo que me esqueci de o por a arrotar. Vasco refila a dizer que não quer ir para a escola e o barulho no carro é mais do que muito.

Mal consigo ouvir o mano mais velho, por causa dos berros do mais novo. Estou farta das filas e do pára-arranca. Digo mal da minha vida em voz baixa. E só penso que preciso urgentemente de tomar um café.

Quando chegamos ao infantário, Vasco chora e não quer ir para a sala. Xavier chora porque quer colinho. Despacho finalmente o mano mais velho para a sala e pego no mais novo para lhe dar novamente de mamar. 

Mamar outra vez?

Sim, a mama também serve como tranquilizante. Depois disto tudo, o bebé está tão stressado que precisa de uma maminha para relaxar. 

Portanto são quase 10 horas, ainda não meti nada sólido ou líquido à boca, estou cheia de fome e encontro-me numa sala qualquer do infantário a dar de mamar ao bebé.

Ás 11 da manhã tudo parece sossegar. Dirijo-me ao café mais próximo e, finalmente, encontro um bocadinho de tempo para mim.

 

Bem... são estas as minhas manhãs com o dois filhotes. Tanto podem correr bem, como nem por isso.

Nem imagino o que é ter 3, 4 ou 5 filhos eh eh. Deve ser engraçado! :))

E as vossas manhãs como são? Como dão conta da logística toda?

Eu ainda me estou a adaptar, mas tenho a certeza que com o tempo as coisas vão correr cada vez melhor...

 

Qua | 19.09.18

Top 5 das coisas de que já me livrei

Ana

É muito bom ter bebés. Eles são doces, amorosos, pequeninos e têm aquele cheirinho especial...

Mas todos os pais sabem que nem tudo são rosas e há coisas que dispensamos bem. 

O Xavi tem, neste momento, 2 meses e nem todos os "processos" deixaram saudades.

Este é o Top 5 dos pormenores chatos, dos quais já me livrei :)

 

5º lugar: As dores pós-parto

Ainda não se foram todas embora... Ainda sinto os ossos púbicos repisados como se tivesse escorregado sem querer e feito uma espargata à força. Mas fora isso, as coisas estão bem melhores! Nos primeiros dias mal me conseguia sentar e doía-me quando ia ao WC. Passado uma semana já quase não sentia nada e hoje já estou (praticamente) ok.

 

4º lugar: As dores nas maminhas

Sou uma rapariga de sorte porque não padeci de nenhum dos problemas típicos da amamentação. Não me doeu (nem desta, nem da outra vez) na descida do leite, não ganhei febre, nunca tive uma mastite. Mas claro que nos primeiros 4 ou 5 dias, quando o bebé começou a mamar os meus seios doeram. E dei por ela a percorrer mentalmente o meu stock de palavrões :) Entretanto, as dores passaram, ficando apenas o prazer de amamentar.

 

3º lugar: As borbulhas do bebé

Há quem lhe chame "medrar", outros chamam-lhe "borboejos". São aquelas borbulhinhas vermelhas que se espalham pela cara e corpo do bebé 2 ou 3 semanas após o nascimento, Não gosto nada... Eles ficam com um aspeto de quem foi picado por abelhas e a gente experimenta tudo para as borbulhas passarem. Não há volta a dar, porque não há creme (pelo menos que eu conheça) que acabe com as borbulhas. E a verdade é que são auto-limitadas. Passado duas semanas desaparece tudo, tão misteriosamente como começou :)

 

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 O Xavi quanto estava na fase do "medranço". Ainda bem que as borbulhas passaram... Mais do que o (mau) aspeto estético, era uma preocupação vê-lo assim. Estava sempre com receio que ele sentisse comichão ou ardência na pele...

 

2ºlugar: O cordão umbilical ao dependuro

Ui! Não tenho saudades nenhumas daqueles primeiros dias em que temos que ter mil cuidados com o cordão umbilical. Não dá jeito nenhum para mudar a fralda e estou sempre com receio de magoar sem querer o bebé. É uma felicidade quando o dito cujo cai de vez.

O cordão do Vasco caiu passado 10 dias. Curiosamente, o do Xavier passado 5 dias já tinha desaparecido. Nunca percebi a razão desta diferença de rapidez pois atuei exatamente da mesma forma nos dois casos.

 

1º Os malditos soluços!

Já é difícil dar de mamar de duas em duas horas. Mas é ainda mais frustrante quando, depois de uma mamada, o bebé em vez de dormir entra numa espiral de soluços que o fazem chorar e ficar irritado. No momento em que devia estar a dormir, o bebé não dorme porque está com soluços. E o pior é que vemos o tempo a passar (assim como as nossas possibilidades de descanso) sem o problema se resolver. O Vasco teve soluços para aí até aos 3 meses. O Xavier só teve no primeiro mês. Ainda bem que desapareceram, uff!

 

 E vocês? O que menos gostaram no 1º mês do vosso bebé? De que coisas NÃO VÃO ter mesmo saudadinhas nenhumas? :))

 

 

Dom | 16.09.18

Hoje lembrei-me

Ana

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O pudim da minha avó.

O pudim da minha avó era para gente gulosa.
Não era para magros, não. Nem para a malta das dietas. 
Nem para os amantes da aveia, das sementes, ou das infusões.
Pesadão e calórico, sem qualquer pretensão de ser light.
Era um pudim descomplexado. Feito à medida daquela avó, grande e volumosa. 
Que apesar de gordinha, nunca se negou a um bom repasto.

 

O pudim da minha avó era suave e aveludado. 
Sem grumos, desfazia-se rapidamente na boca. 
Tinha uma textura macia como já não se vê por aí.
A minha avó, cozinheira prendada, fazia o pudim com dedicação. Com gestos lentos e delicados. Com um sorriso no rosto.
Sempre dócil, tão meiga… Nunca a vi zangada!
Quanto muito, barafustava, mas sempre em pianíssimo.
O pudim da minha avó era tão doce como mel.
E a minha avó, terna e conciliadora, era doce como um pudim.

 

O pudim da minha avó era misterioso.
Tudo por culpa da minha avó, e da sua forma estranha de comunicar. 
Pois era “uma mão de açúcar”, e “nove ou dez ovos”. Mais “um bocadinho de água” e “algum” caramelo.
A sua receita era tão secreta como indeterminada.
E um pudim que é inquantificável, não se pode reproduzir.
Agora que me ponho a pensar, vejo que a minha avó também nunca falou muito de si. 
Tenho pena de não a ter conhecido melhor. Arrependo-me de não ter conversado mais com ela.
Tal como o pudim, a minha avó partiu sem se dar verdadeiramente a conhecer...
Levou consigo todos os segredos.
Deixou-nos com água na boca e um vazio no coração.

 

Nota: 

Fui por estes dias a uma festa e comi um pudim maravilhoso. Estava quase, quase tão bom como o pudim da minha querida avó!

Tenho tantas saudades dela que até doi. Infelizmente, já não está entre nós. 

Como me sentia inspirada, dediquei-lhe o poema que se encontra acima. As avós deviam ser eternas. Não acham?

Sex | 14.09.18

Um mês de setembro atípico

Ana

Para mim, setembro foi sempre um mês de recomeços.

Quando era estudante, este mês era sinónimo de regresso às aulas.

Como toda a gente, eu adorava as férias do verão. Mas também ficava super entusiasmada com o início da escola. 

 

Relembrando a minha infância, havia um ritual que eu adorava cumprir no mês de setembro. Sabem qual era?

Era uma coisa simples, mas muito especial: a minha mãe levava-me à papelaria para comprarmos as duas o material escolar.

Eu adorava escolher tudo ao detalhe e divertia-me muito.

 

Agora que penso nisso, acho que a estratégia da minha mãe foi excelente.

Aquele momento especial, motivava-me. Fazia-me ter vontade de ir para escola, nem que fosse para mostrar o meu novo material... Golpe de mestre, mãe!

Lembro-me da mochila lilás, com estojo e porta-chaves a combinar. Tudo isso a fazer pan-pan com os cadernos, o lápis, a afia e a borracha que cheirava a amoras silvestres. Hum! O cheirinho a novo... Que lembranças espetaculares!!

Recordo-me ainda dos manuais com aspeto imaculado e fresquinho.

Sim, eu era daquelas que gostava de ir espreitar os livros antes de as aulas começarem. Não era para estudar com antecedência (não era assim tão croma), mas gostava de ver as imagens e saber os assuntos de que ia falar.

 

O tempo passou. 

 

Deixei de ser estudante. Tornei-me professora. E apesar da transição, o mês de setembro continuou a ser para mim, um mês especial.

É sempre em setembro que começo a dar aulas numa nova escola.

É em setembro que faço as planificações, que preparo o material para as aulas que vou dar.

É em setembro que eu sei como vai ser o meu horário e que colegas vou ter. Que turmas e anos vou lecionar. Que cargos me vão atribuir.

 

Setembro foi sempre, para mim, um mês de recomeços.

Mas este ano... Não....

Este ano tive um bebé e, neste momento, estou de licença de maternidade. 

Pela primeira vez em muitos e muitos anos, setembro não está a ter nenhum impacto em mim.

É esquisito, fora do comum. Com a exceção de ter sido colocada numa nova escola, tudo o resto se mantém inalterável. Até porque não vou dar aulas para já.

 

Eu costumava dizer que o dia 31 de dezembro não significava nada para mim. Porque a minha verdadeira passagem de ano era em setembro. Acho que todas as pessoas ligadas ao mundo da educação percebem o que sinto.

 

Desta vez, está a ser tudo muito diferente. Setembro vai passar e não vai deixar marcas.

E não imaginam como isto me parece estranho, people!

 

 

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