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O Triângulo Perfeito

A vida de uma família perfeitamente normal

O Triângulo Perfeito

A vida de uma família perfeitamente normal

Dom | 22.07.18

Amamentação Exclusiva: Check!

Ana

Sempre tive como objetivo amamentar exclusivamente.

Com o primeiro filho, não o fiz. Não consegui...

 

Nessa primeira experiência de maternidade (há dois anos) optámos por uma amamentação mista: leite materno, seguido de uma pequena dose de suplemento.

Não se tratava propriamente de falta de informação...  Eu já sabia, na altura, que o leite da mãe é o mais saudável. 

 

Contudo, havia uma grande dose de insegurança da minha parte.

Na verdade, não confiava inteiramente no meu corpo. Tinha medo de não produzir leite suficiente. Tinha medo que o meu leite fosse de má qualidade... Estava cheia de medos e inseguranças!!

 

No hospital onde tivemos o primeiro bebé, as enfermeiras ofereceram logo o leite em fórmula como complemento à mamada. Com a nossa inexperiência achámos que esse procedimento era o mais correto e normal. Nem questionámos. Mais alguém assim?

 

Entretanto, engravidei de novo.

Durante todo o processo de busca por um parto diferente, fui ganhando confiança no meu corpo e nas suas potencialidades.

Uma das frases que mais ouvi nas aulas de preparação para o parto foi "a natureza sabe o que faz". A minha doula também me convenceu a acreditar mais em mim.

 

A minha auto-confiança aumentou ainda mais, quando há duas semanas consegui o parto que sonhei

O facto de ter deixado a natureza seguir o seu caminho (indução natural do parto através da acupuntura, dilação sem occitocina, etc) contribuiu para o meu empoderamento.

 

A palavra é mesmo essa: sinto-me poderosa. Passei a acreditar mais em mim e nas minhas capacidades. 

 

Percebi, por exemplo, que não existe essa coisa de "leite bom e leite mau".

Interiorizei que todas nós produzimos leite em quantidade suficiente, desde que estimulemos devidamente (e frequentemente) o mamilo. Assimilei que, quanto mais vezes o bebé mamar, mais leite temos.

 

Assim...

 

Desta vez, resolvi tentar a amamentação exclusiva.

Se não conseguisse, não haveria crise. Regressaríamos ao esquema antigo do complemento, ou até mesmo do biberon exclusivo, caso fosse necessário. 

 

Mas aparentemente, o meu corpo fez o seu papel e estou muito feliz por isso.

 

Nos primeiros dias (como só tinha colostro) o Xavier emagreceu 5,7% do seu peso inicial.

 

Graças ao apoio das enfermeiras do hospital (e até mesmo de mamãs aqui da blogosfera que me deram muito apoio), não entrei em pânico pois todos me disseram que isso era normal (é comumo bebé diminuir até 10% do peso nos primeiros 5 dias).

 

Entretanto, ao 5º dia deu-se a descida do leite (ou subida... nunca percebi se é subir ou descer eh eh) e o Xavier começou a engordar. 

 

Na consulta dos 15 dias, o Xavier não só tinha recuperado o peso que perdeu, como já tinha engordado 500 gramas para além disso. 

Ou seja, o Xavier começou com 3, 275Kg e com 15 dias já tinha 3, 775Kg. 

 

A enfermeira do centro de saúde deu-nos os parabéns e disse-nos que não se podia pedir melhor. 

Agora é continuar a amamentar, esperando que o Xavier evolua sempre bem.

 

Eu nunca tinha tido antes a experiência de amamentar em exclusivo e o que noto mais é a falta de tempo para o resto das coisas. 

Perco cerca de 40 minutos a amamentar, mais 10 para a mudar fralda e por bebé a arrotar... enfim... perco quase uma hora em cada mamada! 

 

Se tivermos em conta que o Xavier mama de 2 em 2 horas (em média) já estão a ver a minha vida neste momento!

Não faço mais nada senão dar de mamar :))

 

Amamentar em exclusivo é uma experiência bonita e saudável, mas muito exigente para a mãe do ponto de vista físico. É o que eu concluo.

Ficamos com pouco tempo para dormir entre as mamadas, muito mais cansados e a própria rotina do dia-a-dia torna-se desgastante.

No meu caso, acrescido a tudo isso... farto-me de transpirar. Derreto-me em água quando estou a dar de mamar.

 

Por isso, quero dizer uma vez mais que compreendo perfeitamente a opção daqueles que, mesmo tendo possibilidde, escolheram não amamentar exclusivamente. 

Há altura em que isto é mesmo uma grande seca, ah ah!

Por falar em seca imaginem o que vou fazer agora?

Sim... dar de mamar...

 

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Assim que nasceu, o Xavier foi colocado no meu peito, onde esteve cerca de 2 horas. Só depois foi pesado, medido e vestido. Acredito que o contacto direto pele-a-pele, ajudou no processo de amamentação

 

Nota: 

Quem lê o meu blogue com atenção sabe que não sou nada fundamentalista em relação a este assunto da amamentação. Até já fiz um post aqui há tempos, expondo as minhas dúvidas e anseios. 

Sou super a favor de respeitarmos as opções de cada um e de não cairmos em extremismos loucos.

Tal como nas questão do parto cabe a cada mulher decidir o que é melhor para si (depois de devidamente informada...) penso que também deve ser respeitada a decisão de amamentar em exclusivo ou não.  

Apesar dos benefícios da amamentação estarem mais que comprovados, estamos a falar de uma decisão muito pessoal que envolve vários factores, não só físicos como psicológicos.

E tão importante como a saúde do bebé, é que a mãe esteja equilibrada e bem consigo própria. Se o equilíbrio da mãe ficar em suspenso por causa da amamentação, então acho que mais vale ela abandonar o conceito. Opinião minha, claro.

Como diz a minha enfermeira do centro de saúde, "amamentar é como dançar o tango: são precisos dois". Se a mãe ou o bebé não estão satisfeitos, é hora de mudar. :)

 

Qui | 19.07.18

Era bom mas... acabou-se?

Ana

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Depois de o Xavier nascer fomos transferidos para a enfermaria do hospital, onde partilhámos quarto com um outro casal. 

A bebé desse casal tinha cólicas severas durante a noite e chorava tanto nesses momentos que até dava pena. 

Deitada na minha cama, separada apenas por uma cortina, eu testemunhava a aflição e o cansaço daqueles pais, sabendo que nada podia fazer exceto conversar um pouco com eles.

Na sua caminha, pelo contrário, o Xavier dormiu 3 noites super descansado.

Sempre com um ar tranquilo e feliz. Ui, eu estava no céu...

Depois do tufão "Vasco", as minhas primeiras noites com o Xavier foram paradisíacas. 

 

Pois bem. Tcharam!!!

Há coisa de duas noites o nosso filho mudou.

 

Parece que o Xavier também é filho de Deus e como qualquer bebé sofre de... cólicas.

 

Continua a ser um bebé pachorrento durante o dia (ainda me considero sortuda). mas durante a noite a barriga dele começa a fazer barulhos, ele chora e ... ninguém dorme nesta casa. 

Já aqui falei que a noite de ontem foi de loucos. De madrugada, já tonta com o sono andei aos tropeções pela casa e no meio da escuridão até me espetei contra uma parede.

 

Pelo sim, pelo não, já encomendei Infacalm numa loja online. 

Sinto que é o fim (lágrimas internas de desilusão) do nosso El Dorado. Aiiii!

Qua | 18.07.18

Só vim aqui dizer que... #1

Ana

... passámos a noite em claro por causa dos dois filhos, que resolveram acordar alternadamente (e às vezes em simultâneo, tipo mínimo multiplo comum da matemática).

 

Estamos exaustos, agitados e de muito mau humor. 

 

Este post serve de aviso a todos aqueles seres humanos que tiverem o azar de se cruzarem hoje connosco.

Informo que essas pessoas (e animais também) vão levar forte com a nossa má disposição, bastando para isso que:

 

- Falem

- Gesticulem

- Sorriam

- Não sorriam

- Simplesmente respirem. 

 

Depois deste aviso à navegação, vou tomar o pequeno-almoço. 

Até logo.

 

Ter | 17.07.18

Nova rubrica aqui no blogue

Ana

Já percebi que isto de ter dois filhos é o caraças...

Quando um dorme o outro está acordado. Quando um acorda, o outro dorme.

Quando um faz birra, o outro acalma. E quando os dois se lembram de chorar? Ui!!!

Ando sempre atarefada e com imensas coisas para fazer. O meu dia é um carrocel :))

 

Como não quero deixar de vir aqui dar notícias ( e tenho ainda tanto para contar), decidi inaugurar uma rubrica aqui no blogue:

 

A rubrica vai chamar-se "Só vim aqui para dizer que..." e consistirá em pensamentos breves sobre a minha vida e sobre o mundo em geral. 

 

Portanto...

Sempre que virem o título "Só vim aqui para dizer que...." (seguida do respetivo número em hashtag) isso é sinal de que:

 

- eu estou muito,muito atarefada, e não consigo escrever mais do que duas ou três linhas;

- tenho um pensamento/opinião que me está a sufocar e tenho que o deitar cá para fora

- não deixei de pensar em vocês e quero partilhar o que penso com o resto do mundo.

 

Que dizem? Vamos nessa?

 

 

 

Seg | 16.07.18

A Santíssima Trindade dos Partos

Ana

Costumo dizer, na brincadeira, para o nascimento do Xavier foram necessárias 4 pessoas: um pai e três "mães". 

Sobre o pai e seu importante papel, falarei em breve.

Já as três mães - uma espécie de Santíssima Trindade dos Partos-  foram a mãe de corpo e alma (eu), a mãe técnica (enfermeira parteira) e a mãe suporte (a minha doula).

 

A mãe de corpo e alma

 

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 Com contrações ainda suportáveis, aproveitei um intervalo para selecionar a primeira roupinha do Xavier.

 

A mãe Ana desejou muito um segundo filho. De preferência, de parto normal.

Há milhares de anos que mulheres de todo o mundo, de várias raças e de vários tribos dão à luz assim. 

Curiosa, a mãe Ana sempre desejou saber o que sentiram essas mulheres durante aquele tipo de parto. E como o fizeram. E como aguentaram.

E que mecanismos fisico-químicos, hormonais, se poem em acção durante o processo. Ou não fosse a mãe Ana bióloga de formação. 

A mãe Ana sempre quis fazer parte do círculo das mulheres que fizeram parto normal.

Sempre quis entender essa espécie de segredo universal que se arrasta desde os primórdios da humanidade.

 

Mas....

 

Para isso, esta mãe teve que ultrapassar vários obstáculos.

A orientação de alguns médicos ("já não tem idade para esse tipo de parto") a descrença dos que a rodeavam ("Ui, vais tentar um parto normal, depois de uma cesariana?).

Mas sobretudo... a mãe Ana teve que ultrapassar a sua própria insegurança.

 

Durante os 9 meses de gravidez, a mãe Ana investigou muito, analisou estudos e teses, recolheu dados estatísticos sobre VBAC.

E foi ficando mais segura da sua decisão.

Para ter a certeza que, desta vez, tudo seria feito para respeitar o seu sonho, a mãe Ana selecionou o melhor hospital e cercou-se de pessoas que acreditam e valorizam o parto normal humanizado.

Para não vacilar ao longo do caminho, a mãe procurou o apoio da equipa da Gimnográvida.

Aí foi buscar o conforto, a tranquilidade e a certeza das suas opções.

No dia do parto... a mãe Ana dirigiu-se ao hospital na companhia do marido e da sua doula. 

Durante largas horas, suou, sofreu, chorou e... gritou.

Mas sempre de olhos postos no objetivo final, a chegada do seu bebé.

Nunca pensou em desistir (embora tivesse ficado muitoooo feliz quando chegou a bendita epidural, eh eh).

De magradugada, o milagre aconteceu. E foi a sensação mais intensa e espetacular do mundo.

Amor imediato, seguido de uma sensação de tranqulidade imensa.

Ao abraçar aquele ser minúsculo, a mãe Ana esqueceu as dores. E percebeu que tudo estava certo.

A mãe Ana está feliz.

 

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 A suar durante uma contração daquelas bem chatinhas... apoiada no CUB (insuflável) as dores melhoravam um pouco.

Nesta fase, ainda estava vestida normalmente: o hospital deixa-nos ficar com a roupa que preferimos até à admnistração da analgesia.

 

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Estava na dúvida se punha aqui esta foto ou ñão (a bata não é lá muito sensual). Mas achei que valia a pena verem a minha cara de felicidade depois da aplicação da episural, ah ah. Neste hospital, a epidural é feita de uma forma que nos permite andar e adotar uma posição verticalizada, o que ajuda imenso à dilatação, para além de ser muito mais dvertido.

 

A mãe técnica

 

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Foi a enfermeira Élia que ficou encarregue do nosso parto, no Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim. Mal a vi entrar na sala de partos, fiquei super contente.

Afinal, enfermeira Élia foi a primeira pessoa com quem falámos quando fomos fazer a visita guiada ao hospital, alguns meses antes. 

Gostei logo dela nessa altura, porque foi muito prestável a responder às nossas dúvidas e inquietações.

Achei engraçado que a mesma enfermeira nos tivesse "calhado" no momento do parto. Como acredito nestas coincidências cósmicas, vi logo que isso só podia ser um bom sinal. 

A enfermeira Élia é uma pessoa com uma boa disposição inesgotável, como aliás todas as enfermeiras do serviço de obstetrícia daquele hospital! E acreditem que isso ajuda muito durante o parto...

Tratou-me sempre com um sorriso no rosto, disse piadas... Sempre que entrava na sala de partos para saber como estavam a correr as coisas, fazia de tudo para tornar o ambiente mais leve. 

Enfim, sei que tentou "fazer conversa" durante as contrações mais fortes para ver se eu me distraía da dor (não conseguiu, mas aprecio a tentativa kkkk)

Comentou a minha playlist musical, perguntou-me pelos alunos...

Lembrava-se de coisas que eu lhe tinha dito naquela curta visita ao hospital, meses antes. Fiquei impressionada!

E basicamente deu-me a melhor notícia que uma mulher poderá receber durante um parto: Dilatação Completa, yeiiii!!!

Foi a enfermeira Élia que, em conjunto com a minha doula, me orientou durante o período expulsivo.

Nunca perdendo a calma, nem a tranqulidade. Mesmo quando eu fiquei a certa altura em pânico, as outras duas "mães" nunca perderam a postura. 

Foi a enfermeira Élia a primeira pessoa que tocou no Xavier. Foi ela que literalmente o agarrou nas alturas, para não se espalmar no chão, uma vez que dei à luz em pé (abençoado hospital que nos permite estas coisas...).

Para a enfermeira Élia, eu poderei ter sido apenas mais uma parturiente naquele já tão concorrido hospital.

Mas para mim ela será sempre especial. 

Obrigada, enfermeira! 

(obrigada a todas as enfermeiras daquele serviço de obstetrícia, que tão bem nos receberam!)

 

 A mãe suporte (doula)

 

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 A enfermeira/doula Joana numa consulta pós-parto, em minha casa. Pesou o bebé, fez teste do pezinho, viu o estado dos meus pontos. Um serviço eficaz.

 

Assim que percebi que queria tentar novamente um parto normal (já tinha tentado antes, mas acabei por ter de fazer uma cesariana de emergência), procurei ativamente todos os que me pudessem ajudar. 

Uma amiga com uma situação bastante semelhante à minha, falou-me da equipa da Gimnográvida.

Decidi que não custava nada ir conhecer este centro de preparação e acompanhamento no parto, situado na Boavista.

Na primeira consulta, poucos minutos de começar a falar com a enfermeira Isabel percebi imediatamente que tinha feito uma boa opção.

A enfermeira Isabel encheu-me de confiança, boas vibrações e energias positivas. Falou-me de estudos científicos, e de dados sobre parto normal (alguns desses já conhecia), sugeriu-me a visualização de alguns documentários sobre o assunto, fez-me um questionário abordando a minha história familiar e motivações...

Tudo isto para me conhecer melhor e poder ajudar-me.

Mais tarde, com o avançar das consultas, conheci também a enfermeira Joana (que acabou por ser a minha doula durante o parto) e 

fiquei cada vez mais segura. A enfermeira Joana é meiga, simpática, profissional e prestável. E revelou-se essencial para o sucesso do meu parto.

 

Nota: A gimnográvida também se dedica a apoiar partos domiciliários. No meu caso, e porque tive cesariana anterior, não quis arriscar e optei por fazer em contexto hospitalar com a doula presente. Quem sabe, no próximo parto (se o houver) não arriscarei algo assim?

 

No dia do parto, comecei a sentir contrações ritmadas por volta das 10 da manhã.

Como não queria ir muito cedo para o hospital, liguei de imediato à Joana (parteira/doula) da Gimnográvida, a qual me disse para cronometrar as contrações, ficando atenta a eventuais perdas de líquido. 

Instalei no meu telemóvel uma app da Google Play para controlo das contrações e passei algum tempo a fazê-lo. 

A Joana disponibilizou-se a vir a minha casa para me apoiar naquele momento, mas disse-lhe para não vir, porque as contrações ainda eram suportáveis. 

O tempo foi passando e a dada altura apercebi-me que estava a perder líquido amniótico em pequenas quantidades.

Liguei novamente à Joana que me disse para analisar a eventual presença de mecónio (não tinha) e começar a pensar em dirigir-me ao hospital. 

Tomei um banho relaxante, dei uma varridela à casa e estendi a roupa (sim, o síndrome do ninho arrumado atacou-me forte naquele momento) e decidi que estava na hora de ligar ao marido. 

Por volt das 6 da tarde chegámos ao hospital. A Joana chegou lá pouco depois disso e nunca mais nos abandonou até ao bebé nascer.

Com a sua experiência, deixou-nos mais tranquilos e confiantes. Quando uma contração vinha mais forte, acalmava-me dizendo que era "menos uma a faltar para o bebé nascer". 

Á medida que a dor ia aumentando, foi propondo estratégias para que eu conseguisse relaxar. Conduziu-me ao chuveiro do hospital, onde estive cerca de 40 minutos (please, não me mandem a conta da água). E que bem que souberam aqueles jatos relaxantes. 

Sugeriu-me exercícios na bola de pilates, fez-me massagens nas costas. Foi passear comigo e com o meu marido para as traseiras do hospital, para acelerar a dilatação. Quando vomitei (3 vezes...) descansou-me dizendo que era normal.

Dançou comigo no intervalo das contrações e sorriu sempre, sem mostrar inquietação.

Não me mandou pastar em nenhuma das vezes em que lhe apertei a mão com força, quase a ponto de lhe partir os dedos.

E nem quando entrei na "partolândia" e comecei a dizer coisas estranhas (sim, acontece...) ela se mostrou surpreendida ou chateada.

Assim que atingi a dilatação máxima, a Joana fez equipa com o meu marido e com a enfermeira para me guiarem na saída do bebé. 

Uma vez mais, a sua calma e segurança, transmitiram-me força.

Assim que o bebé nasceu, a minha doula transformou-se numa fotógrafa, registando os primeiros momentos do Xavier. 

Sei que ela teria gostado que eu conseguisse fazer "tudo" sem levar a bendita epidural. 

Mas assim que decidi optar pela analgesia, descansou-me dizendo que eu estava ali para dar à luz. Não era para ganhar nenhuma medalha, era para fazer nascer um bebé.

Já de magrugada, e antes de abandonar a nossa (já silenciosa) sala de parto, despediu-se com um beijinho e disse-me ao ouvido:

"És uma guerreira e saíste vitoriosa desta batalha. Nunca te esqueças disso".

 

Houve muitos guerreiros neste parto (incluindo o próprio Xavier). Mas foi uma guerra que valeu a pena travar.

Obrigada a todos...

Qui | 12.07.18

O blogue vai mudar de nome?

Ana

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Assim que percebi que estava grávida, percebi também que tinha um problema entre mãos: o nome deste blogue! 

 

Quando escolhi o nome "Triângulo Perfeito", não estava nem aí para a ideia de ter outro filho.

Achei que nos iamos manter como triângulo durante muitooooo tempo...

 

Mas a vida muda. O primeiro bebé cresceu e tornou-se mais autossuficiente.

Com o passar dos meses, o cansaço e o desgaste da maternidade desapareceram para dar lugar a um desejo cada vez maior de ter outro bebé (podem ler sobre todo o meu processo de decisão nest post)

 

Do desejo à prática foi um instante! E agora aqui estamos nós, eh eh.

Uma família de 4 elementos.

 

Pensei algum tempo se deveria mudar o nome ao blogue. E claro que o nome mais óbvio seria "quadrado perfeito".

Mas isso também me colocaria em trabalhos se um dia mais tarde decidisse ter um terceiro filho. 

 

Como se chamaria o blogue nesse caso? Pentágono Perfeito? Não serão já figuras geométricas a mais?

E nao é estranho estar sempre a mudar de nome? 

Para mim é.

 

Por isso pensei um pouco e decidi manter o nome do blogue.

Continuará a chamar-se "Triângulo Perfeito", em homenagem aos três homens da minha vida: o marido Zé, o filho Vasco e o filho Xavier. 

 

Coloco-me assim do lado exterior deste triângulo, na função de narradora ativa desta história de vida.

E espero fazê-lo durante muitos e muitos anos, porque a nossa história embora simples, merece (como todas as histórias de amor) ser contada.

 

É por aqueles três homens que ainda cá ando. São eles que me fazem feliz. É por eles que dou tudo. 

Vejo-os como estrelas de uma constelação.

Três pontinhos no meu universo que ligados por uma linha invisível... formam um triângulo. 

Perfeito.

 

Qua | 11.07.18

A Música do Xavier

Ana

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Faz hoje uma semana que dei à luz o Xavier.

Pouco a pouco, vou arranjando tempo para vir aqui contar-vos alguns momentos-chave do parto.

Vou falar-vos de música.

 

Lembro-me que, no auge do período expulsivo, depois de 14 horas de parto e com a adrelina e a ansiedade a atingirem picos altíssimos, ouvi de repente a minha doula perguntar:

 

- Que música é que os papás querem ouvir no momento do nascimento do bebé?

 

Isto porque, como já disse aqui, tínhamos levado uma playlist numa pen, a qual esteve a tocar durante todo o parto.

 

No momento em que questionaram sobre a música, a cabecita do bebé já estava praticamente de fora (acho que o termo certo é "coroar"), mas eu não sabia.

Por isso fiquei um bocado à toa com a questão:

 

Achei que havia um contraste enorme entre a minha preocupação e a calma/tranquilidade demonstradas quer pela enfermeira parteira, quer pela doula. 

 

Ora ali estava a eu, a puxar e a puxar, esgotada e dorida, enquanto as outras mulheres da sala me questionavam sobre ...músicas :))

 

Isso só podia ser bom sinal.

Foi essa diferença de estados de espírio que me fez relaxar e suspirar de alívio. 

 

Afinal de contas, se as coisas estivessem a correr mal, ninguém me ia falar daquele assunto.

 

Bem... depois de pensarmos um pouco (vá lá, para aí 20 segundos, que a exaltação do momento não dá para grandes reflexões, eh eh) decidimos que iamos deixar a playlist tocar aleatoriamente.

Depois, era só ver qual música "calhava" no momento do nascimento do Xavier. :)

Uma espécie de jogo.

 

Aguns minutos depois, um bebé lindo conheceu o mundo, ao som de....

 

 

Honestamente, não podia ter escolhido melhor banda sonora. 

Esta é a música do nascimento do Xavier, cantada por dois dos melhores músicos do nosso país.

Um cover de uma música que eu já adorava na minha infância. Uma música que canto várias vezes em casa e que me faz recordar o tempo em que o pessoal ainda se colava à TV para ver a novela...

 

Foi um momento... lindo. Nunca mais irei esquecer. 

Dom | 08.07.18

Remorsos

Ana

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Foi o que senti quando fui roubar pilhas à ambulância de brincar do Vasco, para colocar na bomba de tirar leite para o Xavier.

Neste momento, temos uma bomba que saca leite a todo o vapor... e uma ambulância triste e desamparada que já não dá luzes, nem faz ti-no-ni (por enquanto).

 

Se isto fosse um jogo, o resultado neste momento seria Xavier 1- Vasco 0.

 

É um jogo injusto. O reflexo que a vida mudou.

Queria que o mais velho não sofresse "sequelas", mas é muito difícil controlar todas as variáveis.

 

São umas pilhas, mãe!

Ou,

são também as pilhas. 

 

E um coração (meu) apertado com ganas de chorar.

 

Mais alguém?

 

Sab | 07.07.18

Nasceu!!

Ana

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Olá! 

Lembram-se daquele episódio protagonizado pelo Vasco e pela sua mamã no início desta semana?

Pois bem... não é que as nossas premonições bateram certo?

Entrei em trabalho de parto no dia seguinte de manha... 15 horas depois nasceu o Xavier!

A foto que se vê acima foi captada por volta das 6:30, através da janela da sala de parto.

É uma imagem simles, mas com muito significado. Este foi o primeiro nascer-do-sol do Xavi.

O primeiro amanhecer, de uma vida que se espera longa e feliz.

Neste momento estamos felizes e completamente rendidos ao novo elemento da família, mas... infelizmente sem muito tempo para vir aqui a este espacinho da blogosfera.

Aproveitei uma soneca do Xavier para vir aqui dar-vos a boa nova!

Sobre o parto, os novos desafios e a experiência de ser mãe de dois meninos, falarei em breve!

Não deixem de seguir o blogue, assim como instagram onde vou colocando algumas imagens do nosso clã!

Beijinhos