Em 2016 fomos para Porto Santo. Este ano, preferimos o Algarve. Mas as diferenças não se ficam pelo local.
Acima de tudo, sentimos mudanças no grau de descontração, no nível de cansaço, no grau de divertimento e no próprio estado de espírito.
1- O grau de descontração.
No ano anterior o nosso bebé tinha 9 meses. Para além de ser muito novinho, era ainda um estreante nestas coisas de praia, de piscina, de hoteis e mar.
Não vou negar que estava super ansiosa e stressada, tentando antecipar as reações dele e prevenir-me contra quaisquer problemas.
Como já disse noutro post, comecei a prepar as férias de 2016 com montes de antecedência. Tudo tinha que bater certo. Organizei as roupas do Vasco por "combinações", meti tudo em saquinhos. Contei e recontei o número de fraldas. Levei 2 biberóns, leite em pó, inúmeras fraldas de pano (que nunca serviram para nada), babetes sem fim... Levei uma malinha só com medicamentos, levei o termómetro, levei algodão, levei pensos para feridas... levei... ufff... confesso que levei quase a casa toda.
Desta vez, optei por ser mais prática. Roupas organizadas em conjuntinhos? Nop! É enfiar tudo para dentro da mala e já está. Contar o número de fraldas? Esquece! É levar um saco de fraldas e depois ver se é preciso mais ou não. Ir carregada com dois biberons? Mas para quê? Levei um e depois de cada utilização lavava com água a ferver. Fraldas de pano? Nem fizeram parte da lista. Malinha com medicamentos? Para quê? Para apanharem calor no carro a caminho do Algarve e se estragarem? Não. Levei benuron, fenistil, arnica (usámos tanto...) e já está.
Levar o carrinho XPTO grande e confortável para o Vasco dormir nos passeios? No Way. Foi o Carrinho de Passeio, levesinho e que ocupava pouco espaço. E para o ano, se Deus quiser o carrinho fica em casa.
Resumindo. Fomos muito, mas muito mais práticos. Ainda assim, e como o Vasco ainda usa fraldas, confesso que a logística ainda foi um pouco complicada. Acredito que para o ano, o carro ainda irá mais leve para o Algarve.
2- O nível de cansaço
Toda a gente sabe que fazer férias com bebés é uma grande estafa. Se têm poucos meses é porque têm cólicas e choram; se já gatinham, é porque não param quietos; se já andam é porque temos que andar atrás deles... Portanto, quem é mãe/pai também sabe que a palavra "férias", quando se trata de férias com miúdos é quase uma piada.
Contudo...
No nosso caso podemos dizer que descansámos muito mais este ano. Com 9 meses o Vasco era um bebé extremamente complicado. Já gatinhava para todo o lado, já andava a pé agarrado aos móveis e não. Não parava quieto no mesmo sítio um segundo.
Para além disso, se estávamos na zona da piscina queria comer a relva. Se estávamos na zona da praia, queria comer a areia toda.
Nós suámos em bica no verão de 2016 e não foi (só) por causa do calor.
Tínhamos que andar sempre atrás do miúdo. Tínhamos que fazer turnos para tudo, desde dar um mergulho no mar, até mesmo para ir ao WC.
Toda a gente nos dizia que quando o Vasco começasse a andar ia ser pior, mas no nosso caso isso não aconteceu.
Este ano, e apesar de continuar irrequieto, o Vasco já não tinha vontade de comer relva, nem areia. Isso permitia que o deixássemos sentado no chão, sem andarmos sempre preocupados com o que ele estava a fazer/comer.
Depois... a piscina para crianças do nosso hotel (Riu Guaraná- falarei dele brevemente no outro blogue) era super adequada à idade do Vasco. Tinha apenas 40 cm de altura, contra os 60/70 usuais. O nosso filhote andava dentro da piscina todo contente, com apenas as pernas submersas. Passava lá horas!
Os pais dos miúdos (e nós) sentavam-se na borda piscina a conversar e a apanhar sol, enquanto as crianças se divertiam. A piscina é tão pequena e segura que cada miúdo estava apenas ao alcançe de um braço estendido.
Foi sentadinha nessa piscina redonda que estão a ver acima, que eu apanhei os meus maiores banhos de sol. E soube mesmo bem!
3- O grau de divertimento
Uma vez mais, o grau de divertimento é bastante relativo quando se vai para férias com um bebé pequeno.
Com 22 meses, continuamos a ter que nos sujeitar às rotinas, necessidades e gostos do nosso miúdo. E isso é bastante limitante.
Não podemos ir para a piscina quando queremos, mas quando o bebé permite (fazíamos turnos), almoçávamos sempre cedo, jantávamos cedo, deitávamos cedo...
Não obstante, fazer férias com um bebé de 22 meses foi mais divertido do que quando ele tinha 9 meses, porque:
- nas férias de Porto Santo, o Vasco teve uma gastroenterite e não comia nada. Desta vez estava saudável e comeu melhor, deixando-nos automaticamente mais descansados. Já era menos um stress a complicar as férias.
- nas férias de Porto Santo, tínhamos um mar maravilhoso à nossa frente, mas... poucas vezes conseguimos ir à água. Volto a repetir... o miúdo gatinhava com uma velocidade supersónica e não parava quieto um segundo (eram precisos dois para o segurar, acreditem!)
por outro lado... no ano de 2016 fizemos a viagem na companhia de amigos. Nesse aspeto, as férias de Porto Santo foram mais engraçadas que as do Algarve, pois tínhamos sempre com quem conversar, rir e partilhar as nossas peripécias.
4- O estado de espírito
O estado de espírito este ano foi, como já disse, de maior descontração. Se no ano passado nos tínhamos divertido, apesar da gastroenterite do Vasco e do stress de andar sempre atrás dele, então este ano tínhamos a certeza que ainda ia correr melhor.
A nossa única preocupação era saber como é que o Vasco se iria aguentar na longa viagem para o Algarve. Para nos precavermos, e uma vez que somos do norte do país, resolvemos fazer a viagem por etapas. À ida para o Algarve fizemos uma escala em Lisboa. Dormimos lá uma noite e no dia seguinte, continuámos a viagem.
No regresso, pernoitámos em Santarém, que também fica mais ou menos a meio do caminho.
Acho que foi uma ótima opção. A viagem ficou menos cansativa, conhecemos sítios novos (eu nunca tinha ido às Portas do Sol) e o Vasco ainda teve um bónus: foi conhecer a tia Tatá (a tia mais carismática da nossa família) e ainda teve tempo para visitar o Jardim Zoológico de Lisboa.
Resumindo.... Foram umas férias pacatas, em familia, com boas doses de divertimento, descanso e degustação.
São estes momentos a três que fortalecem os laços afetivos e que nos fazem querer continuar a nossa viagem juntos.São estes momentos que fortalecem triângulo.
Agora, entramos em setembro. O Vasco irá novamente para o infantário e nós regressamos ao trabalho.
E o blogue, que esteve parado durante os últimos dias, começará também novamente a "bombar". :))